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Europa

Espanha: maquinista admite distração e diz que não sabia onde estava

29 jul 2013 - 13h40
(atualizado às 14h08)
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Francisco José Garzón Amo, maquinista do trem que descarrilou próximo à estação da capital galega na última quarta-feira, reconheceu perante o juiz Luis Aláez que na noite do acidente estava distraído a ponto de nem sequer saber onde se encontrava.

Fontes próximas ao caso informaram à agência EFE que o motorista do trem, acusado pelo homicídio de 79 mortos e por vários delitos de lesão corporal, todos cometidos por imprudência profissional, reconheceu que estava mais do que o dobro da velocidade permitida na curva de La Grandeira, cujo limite é de 80 km/h.

O maquinista afirmou também que não havia percebido que já se aproximava deste ponto do percurso e, quando tentou frear, já era demais tarde.Amo testemunhou ontem durante cerca de duas horas e concordou que não houve falha técnica e nem problemas nas condições do veículo ou dos trilhos, mas sim um "erro humano", uma distração.

O motorista deve comparecer semanalmente perante o juiz e está proibido de deixar a Espanha sem autorização judicial durante seis meses e de conduzir em ferrovias por igual período.

Fontes próximas do caso disseram à EFE que a polícia analisou os telefones do acusado, tanto celular particular quanto o corporativo, para determinar em qual momento do dia 24 de julho eles foram utilizados para fazer ligações e enviar mensagens de texto.

Nem o fiscal, Antonio Roma, nem as outras partes envolvidas -Renfe, Adif e duas companhias de seguro- pediram prisão preventiva para o motorista por entender que não há risco de fuga nem de destruição de provas.

Além disso, as mesmas fontes informaram que o condutor, quando ligou para o serviço de incidências 24 horas de Adif, gestor de infraestruturas ferroviárias da Espanha, ainda sem saber a dimensão do descarrilamento do trem, teria dito: "Sou humano", "somos humanos", "espero que não haja mortos porque isso cairá sobre minha consciência".

O número de mortos subiu para 79 ontem, após falecimento de Myrta Fariza, de Porto Rico, que estava internada no Complexo Hospitalar Universitário de Santiago (CHUS).

EFE   
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