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Deputados britânicos descriminalizam aborto fora do prazo legal

A Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou na última terça-feira (17) uma emenda que coloca um fim às ações penais contra mulheres que interromperem a gravidez fora do prazo legal, que é de menos de 24 semanas. A medida foi aprovada por 379 votos a favor e 137 contra.

18 jun 2025 - 11h02
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A proposta foi apresentada pela deputada trabalhista Tonia Antoniazzi, após uma série de casos que comoveram a opinião pública nos últimos anos. Segundo uma lei adotada em 1861, o aborto é uma infração penal na Inglaterra e no País de Gales e pode levar à prisão perpétua.   "Adotada originalmente por um parlamento exclusivamente masculino, eleito apenas por homens, essa lei vitoriana tem sido cada vez mais usada contra mulheres e meninas vulneráveis", declarou Tonia Antoniazzi, ao defender sua emenda na Câmara dos Comuns.  A Lei do Aborto de 1967 introduziu exceções, permitindo o procedimento até 23 semanas e seis dias, sob supervisão médica. Após esse prazo, o aborto só é autorizado em casos de risco à vida da gestante ou de má-formação grave do feto.  A emenda recebeu apoio de cerca de 50 organizações, entre elas o sindicato de médicos BMA, entidades de defesa dos direitos das mulheres e clínicas especializadas em aborto.  Atualmente, mulheres podem ser processadas e presas se abortarem após 24 semanas de gestação ou sem autorização médica. A nova legislação acaba com a possibilidade de sanção penal, independentemente do estágio da gravidez.  Caso Nicola Packer O debate em torno da questão voltou à tona após a absolvição de Nicola Packer, 45, em maio. Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, ela recebeu medicamentos abortivos acreditando estar com seis semanas de gestação, mas estava grávida de 26 semanas.   Após dar à luz um feto morto em casa e passar por cirurgia de emergência, foi denunciada à polícia, detida e processada.  "Mulheres ainda são presas em seus leitos hospitalares, levadas pela polícia e submetidas a investigações criminais quando suspeitas de terem interrompido a gravidez", afirmou Antoniazzi antes da votação.  A emenda aprovada não altera o prazo legal para o aborto nem descriminaliza a atuação de terceiros. Pessoas que auxiliarem abortos fora das condições legais ainda poderão ser processadas.  Nos últimos três anos, seis mulheres foram julgadas por interromper ou tentar interromper a gravidez ilegalmente.   Segundo Antoniazzi, mais de cem mulheres foram investigadas nos últimos cinco anos, incluindo casos de abortos espontâneos e partos de natimortos.  Antes da votação, o grupo antiaborto Society for the Protection of Unborn Children classificou a proposta como "a maior ameaça aos bebês não nascidos em décadas". Com informações da AFP

Manifestantes britânicos mostram uma petição que pede a redução do limite legal para a realização de abortos, de 24 para 22 semanas, em março de 2024.
Manifestantes britânicos mostram uma petição que pede a redução do limite legal para a realização de abortos, de 24 para 22 semanas, em março de 2024.
Foto: AFP - ADRIAN DENNIS / RFI
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