A votação dos parlamentares britânicos contra a intervenção militar na Síria deve provocar reações negativas no governo do presidente americano Barack Obama. A tendência dos britânicos sempre foi a de apoiar os Estados Unidos, e a rejeição aos planos de Obama vai deixar marcas.
Antes da votação, o governo americano estava bastante otimista em relação às dificuldades do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a demora britânica em se juntar a uma ação conjunta.
A história agora parece ser diferente, já que o governo britânico, frequentemente apontado como um poodle dos Estados Unidos, anunciou que não participará de uma intervenção militar na Síria.
Um funcionário do alto escalão do governo americano afirmou à BBC que os Estados Unidos vão continuar a consultar o governo britânico, que consideram "um de nossos mais próximos aliados e amigos".
Mas o mesmo funcionário acrescenta: "A tomada de decisão do presidente Obama será guiada observando os melhores interesses dos Estados Unidos. Ele acredita que há questões importantes em jogo para os Estados Unidos e que países que violam as normas internacionais sobre o uso de armas químicas precisam ser responsabilizados."
Em outras palavras, os Estados Unidos podem agir sozinhos. Mas trata-se de um assunto desconfortável. Não há dúvida de que o país tem poderio militar para atacar a Síria, mas esse não é o ponto.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam
Foto: Reuters
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Obama sempre defendeu a busca do mais amplo apoio internacional possível. E ser abandonado por um de seus aliados mais próximos deixa o presidente dos Estados Unidos particularmente exposto.
A expectativa agora é de que seja reforçada a ênfase no papel da França, dos turcos e talvez de outros países em uma intervenção na Síria. Isso fortalecerá a mão daqueles no Congresso americano que argumentam que eles também deveriam realizar uma votação sobre o assunto.
Também dificulta substancialmente o esforço de Obama de obter o apoio da população americana, que, até agora, parece estar pouco impressionada por seus argumentos por uma ação militar (segundo a última pesquisa de opinião, apenas 9% dos americanos concordam com a intervenção).
É provável que muitos funcionários britânicos em Washington tentem reafirmar a seus parceiros americanos que a derrota no Parlamento foi um episódio isolado e que não afetará a relação entre os dois países.
Mas essa relação não se limita à cultura, à história e à língua. Trata-se de uma relação militar e de inteligência acima de tudo. E, se os britânicos não conseguem fazer valer essa aliança, muitos nos Estados Unidos vão passar a se perguntar "o que é tão especial" na relação entre os dois países.