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Europa

Após atentado, cortes no orçamento policial ganham protagonismo na campanha

5 jun 2017 - 19h41
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A campanha eleitoral foi retomada no Reino Unido após o atentado do último sábado com uma polêmica entre o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, e a primeira-ministra, a conservadora Theresa May, pelos cortes que o orçamento policial no país sofreu nos últimos anos.

Após suspender todos os seus atos de campanha no domingo por respeito às vítimas, Corbyn se mostrou hoje favorável à renúncia da primeira-ministra do poder por ter eliminado cerca de 19 mil postos de policial durante seu período como ministra de Interior, entre 2010 e 2016.

Em resposta ao embate de Corbyn, a chefe de governo ressaltou que o orçamento policial está "protegido" desde 2015 e alegou que os recursos com os quais os serviços de segurança contam são adequados para lidar com a ameaça terrorista ao Reino Unido.

O país, que na quinta-feira realizará eleições gerais, mantém o nível de alerta em "severo", o quarto em uma escala de cinco, que corresponde a uma "alta probabilidade" de que ocorra um novo ataque.

Após ver assuntos como o "brexit" e as medidas sociais serem eclipsados pela ameaça terrorista, May argumentou em um discurso em Londres nesta segunda-feira que a segurança não depende só do número de agentes, mas também "dos poderes que lhes são outorgados" para lidar com o terrorismo.

"Fui a responsável por dar à polícia poderes adicionais (para enfrentar possíveis atentados)", argumentou a primeira-ministra, que no dia 18 de abril convocou de surpresa a realização destas eleições antecipadas.

Nos últimos dias, as pesquisas de intenção de voto mostraram uma redução da vantagem de sua legenda em relação ao Partido Trabalhista, cujo líder argumentou que o Reino Unido enfrenta um problema de segurança porque o governo "não deveria ter cortado o número de policiais".

Os comentários de Corbyn foram feitos depois que um antigo assessor do ex-premiê David Cameron, Steve Hilton, escreveu nas redes sociais que May é responsável por "erros de segurança" em relação aos três atentados que o Reino Unido sofreu em menos de três meses e pediu sua renúncia.

Antes do ataque terrorista de sábado, que matou sete pessoas - além de três terroristas - e deixou dezenas de feridos, Londres sofreu em março um atentado em que cinco pessoas morreram perto do Parlamento britânico.

Há duas semanas, outras 22 pessoas morreram em uma explosão causada por um terrorista suicida em Manchester.

Corbyn apoiou em entrevista à rede de televisão "ITV" os apelos para que a primeira-ministra deixe seu posto, embora tenha ponderado depois o tom, afirmando que as eleições desta quinta-feira são "a melhor oportunidade" para que os britânicos retirem a confiança dada a May.

O Partido Liberal Democrata também criticou a estratégia de segurança de May, e o líder da legenda, Tim Farron, acusou a conservadora de ter tomado a decisão errada ao reduzir o orçamento policial.

"Menos policiais cumprindo com o seu dever significa menos conversações, menos informações recibidas e menos conhecimento sobre quem é quem, e consequentemente indivíduos a serem monitorados", disse Farron.

EFE   
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