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Europa

Alenka Bratusek, a primeira mulher a tomar as rédeas da Eslovênia

Ela se define como alguém que sabe o que quer, 'decidida e direta', e se apresenta como uma pessoa alheia às elites políticas que monopolizavam o poder

20 mar 2013 - 21h40
(atualizado às 22h06)
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Aos 43 anos, Bratusek se tornou a primeira mulher a assumir o  governo da Eslovênia
Aos 43 anos, Bratusek se tornou a primeira mulher a assumir o governo da Eslovênia
Foto: Reuters

A especialista em finanças de centro-esquerda Alenka Bratusek se transformou nesta quarta-feira na primeira mulher a assumir a chefia do governo da Eslovênia. No cargo, ela vai enfrentar um delicado momento de grave crise econômica e social no país. Aos 43 anos, ela se define como alguém que sabe o que quer, "decidida e direta", e se apresenta como uma pessoa alheia às elites políticas que monopolizaram o poder nos últimos anos.

Apesar de ser uma recém chegada à política nacional - é deputada desde dezembro de 2011 e líder de seu partido, Eslovênia Positiva (PS), apenas desde janeiro -, a primeira-ministra escapou ilesa das negociações com seus três parceiros de coalizão, em um cenário dominado pelos homens.

Dessa forma, conseguiu tecer um acordo de governo com o partido social-democrata, a centrista Lista Cívica, e o Partido dos Aposentados. "Estabilidade, confiança, crescimento e resultados positivos", é o resumo do programa estipulado pelo novo governo, declarou hoje Bratusek na sessão extraordinária na qual o Parlamento deu o sinal verde à sua proposta de Executivo.

A Eslovênia evitou assim eleições antecipadas após a queda no mês passado do governo de Janez Janza, que sucumbiu a uma moção de censura devido à sua recusa a renunciar apesar das acusações de corrupção contra si.

Segundo os analistas, a organização de um pleito neste momento agravaria a crise econômica e poderia levar o país a ter de pedir um resgate financeiro externo. "A Eslovênia precisa de soluções para posicionar-se em seu lugar, entre os melhores, enquanto hoje estamos entre os Estados mais problemáticos da União Europeia", advertiu no site de seu partido a nova primeira-ministra.

Alenka Bratusek iniciou sua atividade política em nível municipal na cidade de Kranj, onde tem sua residência há 20 anos e de cuja assembleia local começou a fazer parte em 2006. Em 2008 fracassou na tentativa de conseguir uma cadeira de deputada, algo que conseguiu três anos depois.

Sua eleição como presidente interina do PS chegou por causa das acusações de corrupção contra o líder dessa formação, Zoran Jankovic, também prefeito de Liubliana. Em seu currículo profissional chamam atenção os seis anos, até 2011, que esteve à frente do escritório para o orçamento estatal no Ministério das Finanças. Até pouco tempo também presidia uma comissão parlamentar para o controle das finanças públicas.

Bratusek anunciou que a "prioridade absoluta" do novo governo será o saneamento do setor bancário, cujos "ativos tóxicos", que superaram os 6,7 bilhões de euros, 19 % do PIB, estão prejudicando a economia do pequeno país alpino. Porém, além de tirar o país da crise econômica, esta mãe de duas crianças se coloca também como objetivo devolver à política e aos políticos o prestígio perdido.

"Não foi uma decisão fácil a de entrar na política, que infelizmente não é uma profissão de prestígio", reconheceu, embora tenha se mostrado confiante em poder melhorar essa imagem.

Um objetivo difícil, dado o crescente descontentamento da população com uma classe política à qual acusa de corrupção e ineficácia, e que provocou os maiores protestos cidadãos desde a independência da Eslovênia da desaparecida Iugoslávia.

EFE   
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