Script = https://s1.trrsf.com/update-1751565915/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Europa quer acelerar negociações para fim do conflito no Irã após novos ataques de Israel

Após uma conversa telefônica com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, neste sábado (21), o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que deseja acelerar as negociações diplomáticas iniciadas pela França e seus parceiros europeus com o Irã para "sair da guerra e evitar perigos mais graves". Em uma mensagem na rede social X, Macron afirmou a sua "profunda preocupação com o programa nuclear iraniano", assegurando que "o Irã jamais deveria ter armas nucleares" e que o país deve "dar todas as garantias de que suas intenções são pacíficas". Os ataques continuaram fazendo vítimas entre os dois países vizinhos.

21 jun 2025 - 10h01
(atualizado às 10h13)
Compartilhar
Exibir comentários

Emmanuel Macron diz que o objetivo é apaziguar as tensões regionais e evitar uma escalada militar.  Porém, enquanto a Europa tenta manter o diálogo, Irã e Israel realizaram novos ataques na manhã deste sábado, um dia após Teerã ter descartado qualquer negociação sobre o futuro de seu programa nuclear enquanto estiver sob ameaça. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, descartou qualquer negociação com os Estados Unidos "enquanto a agressão israelense continuar". Mesmo assim, ele compareceu a uma reunião em Genebra, na sexta-feira (20), para conversas com ministros europeus. A Alemanha, a França e a Grã-Bretanha pediram ao Irã que "continue as discussões com os Estados Unidos" sobre seu programa nuclear, "sem esperar que os ataques israelenses cessem". Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que levaria até duas semanas para decidir sobre um possível envolvimento militar dos EUA ao lado de Israel, na esperança de que "os ânimos se acalmassem". Israel declara ter matado líderes da Guarda Revolucionária Islâmica As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciam a morte de Benham Shariyari em um ataque ao veículo em que estava, no oeste de Teerã. "Shahriyari era responsável por todas as transferências de armas do regime iraniano para seus representantes no Oriente Médio", afirmou um comunicado do Exército, divulgado esta manhã. Segundo o exército israelense, ele havia facilitado transferências de dinheiro para grupos armados por meio de suas conexões na Turquia e no Líbano. O Exército também afirmou que matou Saeed Izadi, outro comandante da Força Quds, em um ataque aéreo no oeste do Irã durante a noite de sexta para sábado. Ele morreu em um ataque contra um apartamento em Qom, no Irã, anunciou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz. De acordo com Israel, "Izadi era responsável pela coordenação militar entre os comandantes seniores do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica) e o regime iraniano, juntamente com figuras-chave da organização terrorista Hamas", detalhou o comunicado. "Izadi também foi um dos principais organizadores do massacre de 7 de outubro e uma das poucas pessoas que sabiam sobre ele com antecedência", acrescentou o comunicado do Exército israelense. Apesar de seu apoio declarado ao ataque de 7 de outubro, o Irã, aliado do Hamas, tem rejeitado consistentemente as acusações israelenses de seu envolvimento no ataque. O Exército israelense também anunciou a morte do comandante da Guarda Revolucionária, Aminpour Joudaki, apontado como responsável pelos drones da Guarda Revolucionária. De acordo com Jerusalém, Joudaki esteve envolvido em "centenas de ataques com drones em território israelense". Os três comandantes, cujas mortes ainda não foram confirmadas por Teerã, "são forças motrizes muito importantes, particularmente contra Israel", de acordo com uma fonte militar israelense. "Obtivemos muitos sucessos na eliminação de líderes militares iranianos ao longo desta operação", acrescentou a fonte. A Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica do Irã, é considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos. O engenheiro nuclear iraniano, Isar Tabatabai-Qamsheh, e sua esposa, também foram mortos nos ataques recentes israelenses, relata a agência de notícias iraniana Mehr. Uma base militar localizada na cidade de Shiraz, no sul do país, também foi atacada, segundo a agência de notícias Isna, que não relatou vítimas. A instalação nuclear de Isfahan foi outro alvo de Israel, informou a agência de notícias iraniana Fars, acrescentando que nenhum vazamento de materiais perigosos foi detectado. Atraso em dois anos para o Irã ter a bomba Israel afirmou neste sábado que obteve sucesso em atrasar "em pelo menos dois ou três anos" o desenvolvimento de uma bomba atômica pelo Irã. O ataque lançado em 13 de junho teve resultados "muito significativos", disse o chanceler de Israel, Gideon Saar, ao jornal alemão Bild. "Já atrasamos em pelo menos dois ou três anos a possibilidade de eles terem uma bomba nuclear (...) Não vamos parar até fazermos todo o possível para eliminar esta ameaça", prosseguiu. Em 13 de junho, Israel começou uma campanha de ataques aéreos contra o Irã, alegando que Teerã estava prestes a construir uma arma nuclear. As autoridades iranianas negam essa acusação e responderam com lançamentos de mísseis e drones. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o último relatório de sua equipe não contém nenhuma indicação de que o Irã esteja atualmente desenvolvendo uma arma atômica. Nas últimas semanas, negociadores americanos e iranianos realizaram várias rodadas de conversas para um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano. O último pacto, assinado em 2015, ficou obsoleto após a saída unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante o primeiro mandato de Trump. As negociações entre Teerã e Washington para um novo acordo foram interrompidas com o início dos bombardeios israelenses. O pacto anterior buscava garantir a natureza civil do programa nuclear iraniano em troca do levantamento gradual das sanções econômicas. (Com AFP)

Uma multidão comparece ao funeral de vítimas de ataques israelenses, em Qom, Irã, em 20 de junho de 2025.
Uma multidão comparece ao funeral de vítimas de ataques israelenses, em Qom, Irã, em 20 de junho de 2025.
Foto: via REUTERS - Ahmad Zohrabi / RFI
RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade