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EUA, México e Canadá assinam acordo de livre comércio

Bases do entendimento haviam sido definidas em setembro

30 nov 2018 - 14h24
(atualizado às 14h30)
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Os chefes de governo de Estados Unidos, Canadá e México assinaram nesta sexta-feira (30) o Tratado de Livre Comércio entre os países (T-MEC, na sigla em espanhol e USMCA, em inglês), durante a 10ª Cúpula de Líderes do G20, que acontece em Buenos Aires.

T-MEC movimentará US$ 1,2 trilhão.
T-MEC movimentará US$ 1,2 trilhão.
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

"Trabalhamos muito nesse acordo, sofremos muitos ataques. Obrigado pela aliança nesse processo", disse o presidente norte-americano, Donald Trump, referindo-se ao homólogo mexicano Enrique Peña Nieto e ao primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Para Trump, o acordo é "revolucionário e trará prosperidade à região da América do Norte", além de proteger empregos do setor automotivo, os direitos de propriedade intelectual e o meio ambiente. O magnata republicano elogiou Peña Nieto, chamando-o de "uma pessoa especial" e dizendo que "tem esperança" de poder trabalhar com Andrés López Obrador (presidente eleito do México) da mesma forma.

Justin Trudeau destacou os avanços proporcionados pelo novo acordo, mas aproveitou a ocasião para cobrar o mandatário dos Estados Unidos. "O fechamento da fábrica da General Motors é um outro motivo pelo qual o presidente Trump deve remover as taxas sobre o aço e o alumínio. Devemos trabalhar juntos para remover as taxas entre os nosso países", declarou, referindo-se às taxas impostas às importações de aço e ao alumínio estrangeiros por Trump desde de maio e ao fechamento de cinco fábricas da GM nos Estados Unidos e uma no Canadá, ocorrido na última semana. "Foi um duro golpe", afirmou Trudeau, que disse que "defenderá as famílias afetadas".

Peña Nieto afirmou estar honrado de participar do ato de assinatura em seu último dia de governo, "junto aos líderes de dois grandes países, amigos e sócios". Ele classificou o acordo como "a expressão da vontade compartilhada pelas três nações de trabalharem unidas pela unidade e a prosperidade de cada uma de nossas sociedades". O presidente ainda afirmou que espera que os congressos dos países aprovem o texto rapidamente para que ele "comece a operar o mais cedo possível". A assinatura foi um dos últimos atos de Peña Nieto no governo do México, já que ele passará a faixa presidencial para Andrés López Obrador neste sábado (1º).

A perda de maioria do Partido Republicano no Congresso norte-americano deve ser um obstáculo para a aprovação do texto. A oposição a Donald Trump já disse que exigirá do México mudanças na questão trabalhista.

O novo entendimento substitui ao NAFTA, criado em 1994 sob a administração do democrata Bill Clinton, que era considerado um "desastre destruidor de empregos" por Trump. O T-MEC tem duração planejada de 16 anos e deverá ser revisado a cada seis.

No mercado de laticínios, os EUA terão acesso a 3,5% da produção canadense, que soma US$ 16 bilhões por ano. Em troca, 75% das peças automotivas produzidas na América do Norte deverão vir de dentro do bloco. Os trabalhadores envolvidos no processo deverão receber, no mínimo, US$ 16 por hora, em medida que visa a combater o desequilíbrio causado pela mão de obra mexicana, que atualmente é mais barata que a dos demais países. As importações de carros mexicanos e canadenses para o mercado dos Estados Unidos será limitada a 2,6 milhões de unidades caso os Estados Unidos mantenham as sobretaxas de para o aço e alumínio estrangeiros. A produção de carvão e madeira canadenses também será protegida de tarifas protecionistas dos Estados Unidos, por meio de um mecanismo de garantia da livre-concorrência no setor. Ao todo, o T-MEC movimentará US$ 1,2 trilhão.

Ansa - Brasil   
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