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EUA e Reino Unido acusam hackers de campanha de espionagem

16 abr 2018 - 16h57
(atualizado às 17h00)
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Os Estados Unidos e o Reino Unido acusaram nesta segunda-feira hackers apoiados pelo governo da Rússia de infectarem roteadores ao redor do mundo em uma campanha de ciberespionagem que tem como alvo agências governamentais, empresas e operadores de infraestruturas críticas.

Autoridades dos EUA e do Reino Unido emitiram um alerta conjunto sobre os ataques, que tiveram como alvo roteadores que formam uma parte fundamental da infraestrutura da internet, em uma campanha de ciberespionagem que pode ser ampliada no futuro para lançar ataques ofensivos.

"Quando virmos atividades cibernéticas mal-intencionadas, seja do Kremlin ou de outros atores não-estatais mal-intencionados, contra-atacaremos", afirmou Rob Joyce, coordenador de segurança cibernética da Casa Branca.

Autoridades norte-americanas e britânicas disseram que os ataques afetaram uma ampla gama de organizações, incluindo provedores de serviços de internet, empresas privadas e provedores de infraestrutura crítica. Eles não identificaram nenhuma vítima ou forneceram detalhes sobre o impacto dos ataques.

Eles também pediram às vítimas que relatem qualquer infecção para que possam entender melhor o impacto da campanha.

"Não temos um entendimento pleno da amplitude do comprometimento", disse Jeanette Manfra, funcionária de segurança cibernética do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

O Kremlin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário na segunda-feira. Moscou negou acusações anteriores de que realizou ataques cibernéticos nos Estados Unidos e em outros países.

Em fevereiro a Casa Branca já havia culpado a Rússia pelo devastador ataque virtual 'NotPetya' de 2017, fazendo coro ao governo britânico ao repudiar a Rússia por disseminar um vírus que prejudicou partes da infraestrutura da Ucrânia e danificou computadores ao redor do mundo.

Agências de inteligência dos EUA concluíram que Moscou interferiu na campanha presidencial de 2016, e o procurador especial Robert Mueller está investigando se a campanha do presidente Donald Trump se mancomunou com russos para influenciar a votação. Moscou e Trump negam as alegações.

OPERAÇÕES FUTURAS

Autoridades dos EUA e do Reino Unido disseram que os roteadores infectados poderiam ser usados para lançar futuras operações cibernéticas ofensivas.

"Eles podem estar pré-posicionando para uso em momentos de tensão", disse Ciaran Martin, executivo-chefe da agência de defesa cibernética britânica Centro Nacional de Segurança Cibernética, que acrescentou que "milhões de máquinas" foram visadas.

Martin disse que as autoridades vêm monitorando a campanha há cerca de um ano, e as táticas por trás delas há mais tempo.

"Nós do Reino Unido podemos corroborar de forma independente todo o trabalho de detecção neste relatório para validar a avaliação dos colegas dos EUA, e também podemos confirmar que todos os ataques mencionados neste relatório afetaram diretamente o Reino Unido".

Jeanette disse que a campanha foi generalizada e que pode cobrir "tudo, de grandes empresas a pequenos escritórios residenciais".

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