EUA devolvem ao Vaticano carta de Colombo de 525 anos que havia sido roubada
Uma cópia de uma carta de Cristóvão Colombo de 525 anos que fora roubada do Vaticano foi devolvida nesta quinta-feira após uma investigação conjunta do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e de especialistas em antiguidades da Santa Sé.
"Estamos devolvendo-a para seu dono de direito", disse a embaixadora norte-americana no Vaticano, Callista Gingrich, em uma cerimônia de entrega em uma sala repleta de afrescos na Biblioteca do Vaticano, que abriga dezenas de milhares de objetos raros e históricos.
Enquanto ainda estava no mar, voltando à Europa em fevereiro em 1493 --quatro meses após descobrir o Novo Mundo-- Colombo escreveu uma carta aos monarcas espanhóis descrevendo o que havia encontrado e preparando o terreno para um pedido de financiamento para mais uma viagem.
Sua carta original foi escrita em espanhol. Uma tradução para o latim foi manualmente impressa em diversas cópias e elas se tornaram o principal veículo para divulgar a notícia de suas descobertas às cortes da Europa e ao papado.
Uma das cartas em latim, impressa em Roma por Stephan Plannack em 1493, chegou à biblioteca do Vaticano. Conhecida como a carta de Colombo, ela é composta por oito páginas, todas medem 18,5 cm por 12 cm.
Mas em 2011 um especialista norte-americano em manuscritos raros recebeu uma carta de Colombo para autenticação e a considerou original. No ano anterior, o mesmo especialista havia estudado uma carta de Colombo na biblioteca do Vaticano e suspeitado que ela era falsa por que, entre outros fatores, suas marcas de costura não conferiam com as da encadernação.
A carta nos Estados Unidos, entretanto, tinha marcas que correspondiam perfeitamente às marcas da capa da carta que havia estudado no Vaticano.
O especialista, que não foi identificado, notificou investigadores de arte do Departamento de Segurança Interna dos EUA, que começaram a trabalhar em sigilo com inspetores do Vaticano e especialistas em livros raros.