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EUA prendem líderes religiosos que ajudavam imigrantes

Representantes de igrejas, mesquitas, sinagogas e comunidades indígenas tentavam impedir a detenção dos latino-americanos na fronteira

11 dez 2018 - 09h13
(atualizado às 10h43)
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Ajoelhados diante de um batalhão de choque, 32 líderes religiosos e ativistas foram detidos em uma cerca na fronteira dos Estados Unidos com o México, na segunda-feira (9), durante um protesto em apoio a uma caravana de imigrantes centro-americanos.

Mais de 400 manifestantes, muitos deles líderes de igrejas, mesquitas, sinagogas e comunidades indígenas, tentavam impedir a detenção e deportação de imigrantes e para que os EUA recebem a caravana que chegou a Tijuana, no México, em novembro.

Cantando e orando, os líderes religiosos lideravam filas de quatro a seis pessoas, alguns com camisetas dizendo "O Amor Não Conhece Fronteiras". Eles foram algemados e levados por agentes federais ao entrarem em uma área restrita diante da cerca.

"Como fiel que acredita em nossa humanidade em comum... estamos pedindo aos EUA que respeitem o direito dos imigrantes", disse Joyce Ajlouny, secretária-geral do Comitê de Serviço dos Amigos Americanos, que organizou uma semana de ações de apoio aos imigrantes.

Agentes de segurança dos EUA prendem manifestantes durante protesto em apoio a imigrantes em San Diego, na Califórnia 10/12/2018 REUTERS/Mohammed Salem
Agentes de segurança dos EUA prendem manifestantes durante protesto em apoio a imigrantes em San Diego, na Califórnia 10/12/2018 REUTERS/Mohammed Salem
Foto: Reuters

O porta-voz da Patrulha de Fronteira dos EUA, Theron Francisco, disse que 31 pessoas foram detidas pelos Serviços Federais de Proteção por invasão e que uma foi presa pela Patrulha de Fronteira por agredir um agente.

As detenções marcaram o segundo confronto com as autoridades norte-americanas desde que a caravana chegou a Tijuana. Agentes da Patrulha de Fronteira dispararam gás lacrimogêneo contra os imigrantes em 25 de novembro alegando terem sido agredidos com pedradas.

O drama dos imigrantes

Milhares de imigrantes estão vivendo em abrigos e acampamentos lotados em Tijuana depois de partirem da América Central em fuga da pobreza e da violência. Eles podem ter que esperar semanas ou meses para pedirem asilo na fronteira dos EUA.

Dados divulgados na segunda-feira pela Alfândega e Proteção de Fronteira (CBP) mostraram que os pedidos de asilo na divisa EUA-México aumentaram 67% no ano fiscal de 2018 em relação ao ano anterior.

Autoridades imigratórias dos EUA dizem que estes pedidos - a maioria dos quais é aceita - exploram uma brecha legal que permite que imigrantes entrem no país enquanto aguardam uma audiência a respeito de sua solicitação de asilo em um tribunal.

"Como a maioria destes pedidos não terá sucesso quando forem adjudicados em um tribunal de imigração, precisamos que o Congresso trate destas vulnerabilidades", disse o comissário da CBP, Kevin McAleenan, em um comunicado.

Os líderes do protesto disseram que o presidente norte-americano, Donald Trump, retratou a caravana como uma ameaça de segurança para impulsionar sua agenda "anti-imigrante" e restringir ainda mais a capacidade de pedirem asilo.

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