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EUA apoiam programa que auxilia imigrantes venezuelanos no Brasil

29 jan 2020 - 08h56
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A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e a Organização Internacional de Migração (OIM) lançaram na terça-feira um programa para auxiliar a longo prazo milhares de imigrantes venezuelanos no Brasil.

Venezulenos na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Pacaraima
23/02/2019
REUTERS/Ricardo Moraes
Venezulenos na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Pacaraima 23/02/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Autoridades da Usaid disseram que a agência vai fornecer 4 milhões de dólares para financiar o programa que irá facilitar o acesso a trabalho formal, treinamentos corporativos e cursos de línguas para facilitar a integração econômica e social a imigrantes da Venezuela.

Dos 4,6 milhões de venezuelanos que fugiram da crise política e econômica em seu país, quase 900 mil cruzaram a fronteira para o Brasil desde 2018. Em média, 500 pessoas por dia ainda fazem a travessia, de acordo com o governo brasileiro.

A maioria também continua a fazê-lo em outros países, especialmente na América Latina de língua espanhola. Cerca de 264 mil venezuelanos se inscreveram para permanecer no Brasil, sobrecarregando os serviços sociais em Roraima.

O programa apoiado pela Usaid e pela OIM vai complementar os esforços do Exército brasileiro para transferir os imigrantes venezuelanos para cidades de outros pontos do país, onde há mais oportunidades de trabalho e de estabelecer uma nova vida.

Chamada de Integração Econômica de Nacionais Vulneráveis da Venezuela no Brasil, a medida foi lançada em Brasília por John Barsa, administrador adjunto da Usaid para a América Latina. Não é uma solução a longo prazo, mas fornece a ajuda necessária até que a estabilidade volte à Venezuela, disse ele.

"Isso só acontecerá quando o regime ilegítimo de Maduro não estiver mais no poder", afirmou Barsa, reiterando a política de apoio do governo Trump ao líder da oposição Juan Guaidó, em detrimento ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

A agência informou que já forneceu cerca de 15 milhões de dólares em apoio a venezuelanos no Brasil.

O governo Trump reduziu para 18 mil o número de refugiados de qualquer país cuja reinstalação nos EUA será permitida em 2020, o nível mais baixo da história do moderno programa de refugiados.

Desde abril de 2019, o Brasil transferiu 27.222 refugiados e imigrantes venezuelanos para diferentes cidades do país, disse o coronel do Exército Georges Kanaan, que dirige a operação logística humanitária das Forças Armadas na fronteira, elogiada pela OIM.

Em um desses voos estava José Ángel Pérez e sua família, de Anaco, no leste da Venezuela, onde era motorista de caminhão-tanque da petroleira estatal PDVSA. Ele espera que, com o novo programa, encontre trabalho estável no Brasil.

"Eu preciso de um emprego, assim como minha esposa. Planejamos ficar. A mudança não acontecerá rapidamente na Venezuela", afirmou.

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