ETA pede perdão 'histórico' por atos de violência
Grupo separatista renunciou à luta armada em 2011
O grupo separatista basco ETA reconheceu nesta sexta-feira (20) o sofrimento excessivo provocado durante sua luta armada e fez um pedido histórico de "perdão" a todas as vítimas.
"Nós causamos muita dor, incluindo muitos danos que não têm retorno. Queremos mostrar respeito pelos mortos, feridos e as vítimas causadas por ações do ETA", diz o texto.
O comunicado publicado no jornal basco "Gara" é datado de 8 de abril, exatamente um ano depois da entrega das armas, além de ser antes do grupo anunciar sua dissolução prevista para o primeiro final de semana de maio.
"Pedimos desculpas de verdade. Estas palavras não solucionarão o ocorrido, nem reduzirão tanta dor. Nós falamos com respeito, sem querer provocar novamente nenhuma aflição", completou a nota.
A lamentação do ETA foi destinada a todas as vítimas, principalmente para aquelas "que não tinha uma participação direta no conflito, nem responsabilidade alguma".
O governo espanhol, por sua vez, afirmou que considera o pedido de desculpa uma consequência do estado de direito. "Esta é apenas mais uma consequência da força do Estado de direito que derrotou o ETA com as armas da democracia", diz o comunicado. Atualmente, o ETA possui quase 300 membros detidos na Espanha, França e Portugal, entre 85 e 100 foragidos e dezenas expulsos pela França. O grupo renunciou à luta armada em 2011 e em abril do ano passado entregou suas munições, data em que apresentou à justiça francesa uma lista dos depósitos. Os conflitos do ETA para a separação de Espanha e França duraram mais de 40 anos e causaram mais de 800 mortes.
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