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Estudante da Universidade de Bolonha é preso no Egito

Governo italiano acompanha o caso parecido ao de Giulio Regeni

10 fev 2020 - 20h30
(atualizado às 20h49)
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Um pesquisador egípcio que estuda na Itália foi preso ao chegar no aeroporto internacional do Cairo, no Egito, acusado de "prejudicar a segurança nacional", provocando preocupação entre as autoridades italianas que temem a repetição do caso de Giulio Regeni.

Estudante da Universidade de Bolonha é preso no Egito
Estudante da Universidade de Bolonha é preso no Egito
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

    Patrick George Zaki, aluno da Universidade de Bolonha, foi detido depois de voltar da Itália na última sexta-feira (7) e levado para o escritório da promotoria de sua cidade natal, Mansoura, de acordo com a Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais (EIPR), uma ONG local onde ele trabalha como pesquisador. O egípcio estava de licença desde agosto passado para cursar mestrado em estudos de gênero no território italiano. "Ele foi espancado, sujeito a choques elétricos, ameaçado e interrogado sobre várias questões relacionadas ao seu trabalho e ativismo", afirmou a EIPR . De acordo com a ONG, Zaki está sendo acusado de espalhar notícias falsas sobre o governo egípcio e de usar as redes sociais indevidamente. Além disso, a investigação gira em torno de supostos pedidos de protestos não autorizados. O ministro das Relações da Itália, Luigi Di Maio, por sua vez, informou que acompanha o caso de perto e já entrou em contato com a embaixada italiana no Cairo para obter detalhes sobre a prisão do aluno.

    Segundo fontes da Farnesina, a Itália solicitou a inclusão do caso no mecanismo de "acompanhamento processual" coordenado pela delegação da União Europeia (UE) no local, o que permite que funcionários das embaixadas da UE sigam a evolução do processo e participem de audiências. "Estamos cientes do caso do estudante Patrick George Zaki e estamos avaliando-o com a delegação da UE no Cairo e, se necessário, tomaremos as medidas apropriadas. Assim que reunirmos mais informações, poderemos dizer algo mais concreto", explicou o porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEEA), Peter Stano.

    Em sua conta no Twitter, o Ministério do Interior da Itália confirmou que o jovem foi detido sob mandato da Promotoria Geral do Egito e colocado em prisão preventiva por 15 dias. Além disso, negou que ele seja italiano. O temor do governo italiano é de que o episódio seja uma repetição do caso de Regeni, pesquisador de 28 anos assassinado no Cairo no início de 2017.

    Ativistas de direitos humanos afirmam que o presidente Abdel Fattah el-Sisi supervisionou uma repressão sem precedentes às liberdades no Egito desde que assumiu o poder em 2013, para manter o país estável e combater as ameaças de grupos armados.

Ansa - Brasil   
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