Técnico diz que Marílson aceitou "tranquilo" cancelamento de maratona
2 nov2012 - 22h23
(atualizado às 23h22)
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Allan Brito
Direto de Nova York
Adauto Domingues, técnico do brasileiro Marílson Gomes dos Santos, contou que seu atleta aceitou "tranquilo" o cancelamento da Maratona de Nova York, anunciado na noite desta sexta-feira. Bicampeão da prova e um dos principais atletas na edição deste ano, ele entendeu que realmente não era possível realizar a prova na cidade por causa das consequências da supertempestade Sandy.
"O Marílson está tranquilo, ele acha que foi a decisão certa. Era muito difícil fazer a prova, porque muitas ruas estavam interditadas. E também não dava para fazer festa em uma cidade que não tem clima para festa", contou Adauto, que não acompanhou Marílson até Nova York - ele está nos Estados Unidos apenas com sua mulher, a também atleta Juliana.
Com o voo cancelado por causa da supertempestade, Marílson chegou a Nova York apenas na manhã desta sexta-feira. Em entrevista concedida ao Terra mais cedo, ele chegou a afirmar que confiava na realização da maratona. Mas admitiu que teve pouco tempo para analisar a situação da cidade. Para Adauto, o atleta mudou de opinião ao ver melhor como estava o local.
"É diferente você ver pelas notícias e ver a cidade de perto. Ele viu o Central Park interditado e achou que ia ser difícil fazer a maratona", contou Adauto, referindo-se ao maior ponto de encontro de atletas em Nova York. O parque realmente estava com diversas partes interditadas e até recebeu alguns objetos de organização da maratona, mas já nesta sexta eles estavam sendo retirados pela organização da corrida.
Agora o futuro de Marílson ficou indefinido. Após ter participado e chegado em quinto nos Jogos Olímpicos, o melhor brasileiro em maratonas se preparou para Nova York, mas ficou sem objetivo por enquanto. "Vou conversar com ele ainda e preciso estudar o calendário. Porque maratona não pode ser qualquer prova, tem que ser prova boa", afirmou Adauto, já na expectativa pelo retorno do seu pupilo.
Talvez as estrelas americanas Ryan Hall, Andy Irons e Brian Clay nem sabiam, mas treinaram nesta sexta-feira com um ex-gari brasileiro. Solonei Rocha da Silva, um dos brasileiros presentes na elite da Maratona de Nova Iorque, teve ascensão rápida e vai correr neste domingo entre grandes estrelas do atletismo. Mas aparentemente nada disso o afeta: ele disse que já se sente grande mesmo estre esses gigantes
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Principais brasileiros na elite da Maratona de Nova York, Marílson dos Santos e Solonei Rocha deram pouca importância para as consequências do furacão Sandy, que chegou aos Estados Unidos como supertempestade e adiou a chegada dos atletas para a corrida. Mas com Adriana Aparecida da Silva foi diferente. A melhor brasileira na prova afirmou que cogitou desistir de correr por causa disso
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Treino de Solonei aconteceu nesta manhã de sexta-feira perto do Central Park, praticamente uma pista para corredores em Nova Iorque
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Após correr cerca de 5km, Solonei mostrou empolgação com a experiência. "É tanta gente grande que a gente acaba se sentindo grande também", afirmou ele, que em pouco mais de três anos deixou a profissão de gari e, aos poucos, virou atleta profissional. Inclusive foi campeão dos Jogos Pan-Americanos e da Maratona de São Paulo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Após 3 meses de treinos, Solonei chegou em alta para a Maratona de Nova Iorque e está firme em seu objetivo: ser um dos dez melhores da corrida neste domingo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
"Minha preparação foi boa. Senti dores, mas não tem como não sentir, é normal", afirmou Solonei, que minimizou o problema de ter tido seu voo adiado por causa do furacão Sandy
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Solonei não se abalou com as consequencias da supertempestade que abalou Nova York nesta semana e preferiu exaltar a importancia da maratona que vai acontecer neste domingo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
É uma prova gigantesca, é a maior maratona do mundo. Só não sou muito adepto desse frio", brincou ele, usando toca e tentando esquentar as mãos de alguma forma