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Metro, o cavalo de corrida que escapou de ser sacrificado ao virar pintor

3 mai 2017 - 11h15
(atualizado às 11h45)
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Metro, o cavalo de corrida que escapou de ser sacrificado ao virar pintor:

Metro era um cavalo de corridas - chegou a ser um dois mais velozes em pistas no Estado americano de Nova York - até um problema de saúde acabar com sua carreira.

Ele teve sérias lesões nos joelhos; em 2012, após meses de tratamento, exames mostraram que as articulações iriam se fechar em dois anos.

Seus donos, o artista plástico Ron Krajewski e sua mulher, Wendy, achavam que teriam de sacrificá-lo.

Eles tinham adotado o animal em 2009. Até então, era conhecido como Metro Meteoro, o campeão de oito corridas que renderam US$ 300 mil (R$ 950 mil) em prêmios.

"Não quis deixá-lo abandado no pasto. Fiquei pensando em como aproveitar o tempo que nos restava", conta Ron.

Ele notou que Metro gostava de balançar a cabeça para chamar atenção e pegar objetos com a boca. Ron o ensinou a segurar um pincel. O cavalo começou então a dar pinceladas em telas de quadros.

Ron achou que os trabalhos do cavalo eram bons o suficiente para serem expostos em uma galeria local em Gettysburg, no Estado da Pensilvânia, no Estados Unidos. Os quatro primeiros foram vendidos em uma semana.

Seu estilo foi comparado ao de Jackson Pollock, expoente do expressionismo abstrato, famoso pelos quadros com tintas pingadas ou borrifadas.

"As pinceladas de Metro não se parecem com as de um humano. São grossas, aleatórias, às vezes quebradas, deixando outras cores transparecerem. Tudo isso faz a tela vibrar", diz Ron.

A habilidade do cavalo foi parar no noticiário local e, depois, no nacional. Em 2014, havia uma lista de espera de 150 pessoas por suas obras. As vendas ajudaram a bancar um tratamento experimental, que melhorou a condição de seus joelhos, salvando sua vida.

Ron até mesmo tentou levar seu outro cavalo pelo mesmo caminho dos pincéis e tintas, mas este "simplesmente não está interessado". Hoje, ele e Metro pintam juntos duas vezes por semana em um estúdio no estábulo da família.

Cabe a Ron escolher as cores e aplicar a tinta no pincel antes de entregá-lo na boca de Metro. Eles trabalham em três ou quatro telas ao mesmo tempo durante sessões de 20 minutos. "Ele ama pintar. Não sei o quanto enxerga o que faz, porque cavalos têm um ponto cego em frente ao nariz. Acho que ele gosta da sensação de passar o pincel na tela."

Hoje, o preço das pinturas de Metro varia entre US$ 50 a US$ 500, de acordo com seu tamanho. "Vendemos uma ou duas por semana." Metade da renda vai para uma organização de caridade que busca novos lares para cavalos de corrida aposentados.

Aos 14 anos de idade, Metro ainda tem quase metade da vida pela frente - cavalos costumam viver entre 25 e 30 anos. E não parece dar sinais de que abandonará sua nova carreira, segundo Ron: "Há algo na pintura que realmente parece despertar seu interesse. Acho que ele nunca vai se cansar de fazer isso".

A renda da telas, que chegam a ser vendidas por até US$ 500, bancou tratamento de joelhos e salvou vida do animal.
A renda da telas, que chegam a ser vendidas por até US$ 500, bancou tratamento de joelhos e salvou vida do animal.
Foto: BBC
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