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Estados Unidos

Legisladores americanos defendem restrições a programas de espionagem

25 jul 2013 - 15h46
(atualizado às 15h56)
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Vários legisladores americanos prometeram nesta quinta-feira renovar suas tentativas de parar as atividades de vigilância que violam o direito constitucional à privacidade.

Uma surpreendente aliança entre republicanos do movimento ultraconservador Tea Party e democratas esteve prestes a atingir a Casa Branca com a primeira votação para testar a opinião política sobre o programa de espionagem revelado no mês passado pelo ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA), o fugitivo Edward Snowden.

A proposta para a suspensão do financiamento dos programas da NSA para monitorar comunicações telefônicas de milhões de americanos foi rejeitada por uma pequena margem, com 205 votos a favor e 217 contra, na Câmara dos Deputados.

"Estamos conquistando espaço sobre este assunto na Câmara", considerou o deputado Gerry Connolly, ressaltando que uma nova votação será organizada o mais cedo possível.

"Esta é uma mensagem clara. Espero que a administração (Obama) entenda e tome as medidas para tentar aliviar as crescentes preocupações (...) no país e no mundo", acrescentou Connolly.

Durante os debates que precederam a votação, os políticos entraram em confronto, às vezes dentro de um mesmo partido, sobre o equilíbrio entre segurança e as liberdades civis.

De acordo com Connolly, a emenda proposta por um jovem legislador republicano de Michigan (norte), Justin Amash, poderia ter sido aprovada se alguns legisladores não tivessem cedido à pressão dos líderes republicanos da Câmara dos Deputados.

A votação foi tão equilibrada que o presidente da Câmara, John Boehner, que liderou a oposição à emenda, precisou se pronunciar, quando geralmente se abstém.

"Eu votei ontem à noite porque os programas da NSA ajudaram a proteger os americanos", disse, acrescentando que havia autorizado a votação porque "o Congresso não poderia evitar o debate".

Aqueles que apoiam os programas da NSA no Congresso ressaltaram que os programas da agência desbarataram mais de 50 ameaças terroristas, e advertiram que o fim das ações poderia privar os Estados Unidos de uma arma decisiva anti-terrorista.

Snowden, atualmente bloqueado em um aeroporto de Moscou após ter apresentado um pedido de asilo temporário às autoridades russas, revelou entre outras coisas que a NSA coletava em nome da guerra antiterrorista os dados de milhões de americanos e estrangeiros com a autorização de um tribunal secreto.

"Para encontrar uma agulha num palheiro, você deve primeiro identificar o palheiro", resumiu um dos opositores da emenda, o deputado Joe Cotton, durante o debate.

No entanto, 94 republicanos votaram contra as recomendações de Boehner, o que revelou a crescente preocupação de muitos parlamentares com o programa de vigilância.

Após os ataques de 11 de setembro de 2001, a maioria dos republicanos apoiaram o chamado Patriot Act, uma lei que dava amplos poderes de vigilância às agências de inteligência dos Estados Unidos.

Mas muitos legisladores identificam agora os programas com uma "intromissão do governo", nas palavras do republicano Ted Poe. "Obtenham um mandato específico com base em suspeitas reais ou nos deixem em paz", disse ele.

Amash disse que não ficou surpreso com o apoio recebido por sua proposta. "Os americanos são a favor dela. Não é uma questão vinculada aos partidos", garantiu.

Dados da última pesquisa da MSNBC indicam que 56% dos americanos acreditam que o governo dos Estados Unidos já foi longe demais, violando seu direito à privacidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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