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Eleições nos EUA

Na reta final: seis temas principais da campanha eleitoral nos Estados Unidos

21 out 2016 - 13h59
(atualizado às 14h21)
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Corrida para a Casa Branca entra na reta final com último debate entre candidatos
Corrida para a Casa Branca entra na reta final com último debate entre candidatos
Foto: Getty Images

A corrida para a Casa Branca entrou na reta final nesta semana, após a realização do último debate entre os dois principais candidatos à Presidência americana.

Urnas já foram abertas em alguns Estados e a votação se encerra em 8 de novembro.

A BBC Brasil listou seis dos principais temas da campanha que opõe a democrata Hillary Clinton ao republicano Donald Trump.

1 - Imigrantes e refugiados

Este é um dos temas em que Hillary e Trump mais divergem. O empresário tem como uma de suas principais propostas a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México para barrar imigrantes.

Ele já afirmou que deportaria todos os imigrantes sem visto e que suspenderia temporariamente a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos - posições que ampliaram a rejeição do candidato entre latinos e outras minorias étnicas.

Hillary diz que logo no início de seu governo buscaria regularizar milhões de imigrantes que vivem nos EUA sem documentos (o presidente Barack Obama também defendia a medida ao ser eleito, mas teve suas propostas barradas pelo Congresso e pela Suprema Corte).

No último debate com Trump, na quarta-feira, ela disse que não deportaria pais de filhos americanos.

2 - Acordos comerciais

Trump se afastou da posição tradicional do Partido Republicano em favor do livre comércio e passou a defender a revisão dos acordos comerciais entre os EUA e outras nações
Trump se afastou da posição tradicional do Partido Republicano em favor do livre comércio e passou a defender a revisão dos acordos comerciais entre os EUA e outras nações
Foto: Getty Images

Os candidatos convergem em alguns pontos em suas posições sobre o comércio dos EUA com outros países. Trump se afastou da linha tradicional do Partido Republicano em favor do livre comércio e passou a defender a revisão dos acordos comerciais entre os EUA e outras nações. Ele é especialmente crítico ao Nafta, a aliança comercial entre EUA, México e Canadá.

Trump diz que o Nafta favoreceu o México, fazendo com empresas americanas transferissem fábricas para o país vizinho. Também critica duramente a estratégia comercial da China e diz que aumentará impostos sobre produtos chineses para que empresas americanas consigam competir com elas.

Em sua campanha, Hillary também tem se mostrado crítica a acordos de livre comércio, o que diverge de sua posição histórica em relação ao assunto. Quando era secretária de Estado do governo Barack Obama, ela ajudou a negociar a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que poderá ser o maior acordo comercial do mundo, unindo Japão, EUA e outros dez países voltados para o Oceano Pacífico.

Na campanha, porém, ela recuou e deixou de apoiar a iniciativa.

3 - Trump e as mulheres

Nas últimas semanas, Hillary ampliou a vantagem em relação a Trump nas pesquisas após a divulgação de vídeo em que o empresário fazia menções ofensivas a mulheres. Sem saber que estava sendo gravado, durante a produção de um programa em 2005, ele descreveu ocasiões em que tentou agarrar mulheres sem o consentimento delas e se referiu a mulheres de maneira vulgar.

O episódio fez com que importantes líderes republicanos deixassem de apoiá-lo. Desde então, algumas mulheres deram entrevistas acusando o empresário de tê-las assediado. Houve ainda outros momentos da campanha em que Trump se referiu a mulheres de maneira desrespeitosa ou ofensiva.

Ele nega os relatos de assédio e diz que as mulheres que o acusam buscam fama. Os casos, porém, causaram dano à campanha do empresário e podem ser decisivos para o resultado da eleição.

Segundo uma pesquisa do Public Religion Research Institute divulgada em 11 de outubro, Hillary tem 33 pontos percentuais de vantagem em relação a Trump entre as mulheres americanas.

4 - Hillary e os e-mails

Hillary atravessou a campanha sendo questionada pelo uso de um servidor privado para trocar e-mails confidenciais enquanto era secretária de Estado
Hillary atravessou a campanha sendo questionada pelo uso de um servidor privado para trocar e-mails confidenciais enquanto era secretária de Estado
Foto: Getty Images

Hillary atravessou a campanha sendo questionada pelo uso de um servidor privado para trocar e-mails confidenciais enquanto era secretária de Estado (chefe da chancelaria) do governo Obama. A prática fez com que ela fosse investigada pelo FBI, a polícia federal americana, e convocada a depor no Congresso.

Após investigar o caso, o FBI criticou a conduta de Hillary, mas decidiu não recomendar que ela fosse denunciada à Justiça. O episódio, porém, tornou a democrata alvo de duras críticas de Trump e outros adversários políticos - eles dizem que Hillary pôs a segurança dos americanos em risco.

As críticas voltaram a se intensificar nos últimos dias com a divulgação de documentos apontando que funcionários do governo Obama pressionaram o FBI a aliviar a investigação contra Hillary. Ela se desculpou repetidas vezes pela conduta.

5 - Rússia e hackers

Rival histórica dos Estados Unidos, a Rússia tem ocupado um papel central na campanha presidencial. Em várias ocasiões, Trump demonstrou simpatia pelo presidente russo, Vladimir Putin, e disse que se aproximaria do país para tratar temas globais.

A postura do empresário destoa da visão tradicional do Partido Republicano, que vê a Rússia com grande desconfiança. O assunto esquentou quando o governo Obama acusou a Rússia de hackear e divulgar e-mails da campanha de Hillary. Moscou nega envolvimento no caso.

No último debate, Hillary disse que, se Trump vencer a eleição, ele será um "fantoche" de Putin.

6 - Estado Islâmico

O autoproclamado Estado Islâmico tem sido tratado na campanha como a maior ameaça aos Estados Unidos
O autoproclamado Estado Islâmico tem sido tratado na campanha como a maior ameaça aos Estados Unidos
Foto: Getty Images

O grupo extremista, que hoje controla partes da Síria e do Iraque e vem promovendo ou inspirando atentados pelo mundo, tem sido tratado na campanha como a maior ameaça aos Estados Unidos hoje.

Trump acusa Hillary de "fundar" o EI por suas ações enquanto era secretária de Estado. Ela ocupava o posto quando Obama promoveu a retirada das tropas americanas do Iraque, movimento considerado precipitado por Trump.

Ele também condena a decisão de Hillary de votar a favor da Guerra no Iraque quando era senadora e afirma que o governo Obama permitiu a entrada de simpatizantes do grupo ao receber milhares refugiados sírios.

Trump disse ter um plano para derrotar o Estado Islâmico, mas se recusou a divulgá-lo para que o "inimigo não saiba" o que pretende fazer. Ele já afirmou, porém, que buscaria uma parceria com a Rússia para combater o grupo.

Hillary defende intensificar ataques aéreos contra os militantes e aumentar o apoio a forças locais que enfrentam o grupo. Ela diz ainda que se valeria da diplomacia para pôr fim à Guerra na Síria e ao embate entre sunitas e xiitas no Iraque, dois conflitos que colaboraram com a ascensão do Estado Islâmico.

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