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Barack Obama

Obama é reeleito presidente dos EUA e tem desafios pela frente

7 nov 2012 - 06h04
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi reeleito para um segundo mandato na Casa Branca na terça-feira com uma clara vitória sobre o rival republicano Mitt Romney, superando as dúvidas profundas sobre a gestão da economia dos EUA.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e a primeira-dama, Michelle Obama, após o discurso da reeleição, em Chicago. 07/11/2012
O presidente dos EUA, Barack Obama, e a primeira-dama, Michelle Obama, após o discurso da reeleição, em Chicago. 07/11/2012
Foto: Jason Reed / Reuters

Os norte-americanos escolheram permanecer com um governo dividido em Washington, mantendo o democrata na Casa Branca e deixando o Congresso como estava, com os democratas controlando o Senado e os republicanos na liderança da Câmara dos Deputados.

Obama disse a milhares de simpatizantes em Chicago, que aplaudiram cada palavra dele, que "escolhemos a nós mesmos, nós nos recuperamos" e que o melhor para os Estados Unidos ainda está por vir.

O presidente prometeu ouvir os dois lados da política dos EUA nas próximas semanas e disse que irá voltar à Casa Branca mais determinado do que nunca para enfrentar os desafios do país.

"Se eu recebi o seu voto ou não, eu ouvi vocês, eu aprendi com vocês. E vocês fizeram de mim um presidente melhor", disse Obama.

No voto popular, o resultado permanecia extremamente apertado nacionalmente, com 50 por cento para Obama e 49 por cento para Romney, após uma campanha na qual os candidatos e seus aliados gastaram 2 bilhões de dólares combinados.

Romney, um multimilionário ex-executivo de empresas de investimento, superou uma série de tropeços ao longo da campanha ao derrotar o presidente no primeiro dos três debates presidenciais.

O também ex-governador de Massachusetts, de 65 anos, reconheceu a derrota em um discurso polido a seus frustrados eleitores em um centro de convenção no centro de Boston. Romney telefonou para Obama para reconhecer a derrota depois de uma breve controvérsia se o presidente realmente havia vencido em Ohio.

"Esse é um momento de grandes desafios para a América, e eu rezo para que o presidente tenha sucesso ao guiar nossa nação", disse Romney.

Romney advertiu contra brigas partidárias e pediu que os políticos de ambos os lados "coloquem as pessoas à frente da política."

Obama disse à sua multidão de correligionários que pretende se reunir com Romney nas próximas semanas para estudar maneiras de enfrentar os desafios futuros.

O presidente democrata obteve vitórias apertadas em Ohio e nos muitos disputados Estados-chave de Virginia, Nevada, Iowa e Colorado. Essas conquistas garantiram a Obama superar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral no sistema de escolha presidencial Estado a Estado dos EUA, o que deixou os assessores de Romney surpresos com o tamanho da derrota.

A vitória de Obama em Ohio, o Estado mais disputado, foi crucial para conseguir os votos mínimos no Colégio Eleitoral, acabando com as esperanças de Romney de vencer em uma série de Estados-chave. O único Estado estratégico vencido pelo republicano foi a Carolina do Norte, de acordo com projeções das emissoras de TV.

Romney demorou para reconhecer a derrota porque alguns republicanos questionaram se Obama tinha de fato ganhado em Ohio, apesar de vários especialistas em eleições nas grandes emissoras de TV declararem a vitória do presidente.

A adição posterior de Colorado e Virgínia à contagem de Obama, de acordo com as projeções, significava que mesmo que o resultado final de Ohio fosse revertido, Romney ainda não teria conseguido o número necessário de votos eleitorais.

OS MESMOS PROBLEMAS

Obama, o primeiro presidente negro do país, convenceu os eleitores a permanecer com ele enquanto tenta reativar o forte crescimento econômico e recuperar o país da pior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930. A economia tem mostrado alguns sinais de força, mas a taxa de 7,9 por cento de desemprego ainda continua alta.

Pelo menos 120 milhões de pessoas eram esperadas para decidir entre o democrata e Romney após uma longa, cara e amarga campanha presidencial centrada em como reparar a economia em crise dos Estados Unidos.

Os mesmos problemas que perseguiram Obama em seu primeiro mandato ainda estão lá para confrontá-lo novamente.

Ele enfrenta a difícil tarefa de enfrentar um déficit anual de 1 trilhão de dólares, reduzir a dívida nacional de 16 trilhões de dólares, reformar os caros programas sociais e lidar com um Congresso dividido.

A reeleição de Obama também deverá decidir os rumos dos Estados Unidos nos próximos quatro anos em questões como gastos públicos, saúde, o papel do Estado e os desafios da política externa, como a ascensão da China e as ambições nucleares do Irã.

Cada candidato ofereceu políticas diferentes para curar o que aflige a economia norte-americana, com Obama prometendo aumentar os impostos para os ricos, enquanto Romney propunha uma desoneração tributária generalizada, como forma de estimular a retomada do crescimento econômico.

(Reportagem adicional de Jeff Mason, em Chicago; de Patricia Zengerle, em Boston; de Edith Honan, em Nova York; de Brendan O'Brien, em Milwaukee; de Dave Warner, na Filadélfia; de Philip Barbara, em Nova Jersey; de Matt Spetalnick, Lisa Lambert, Susan Heavey, Thomas Ferraro, Susan Cornwell, Anna Yukhananov e Roberta Rampton, em Washington)

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