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Esquerda italiana amplia aliança contra extrema direita

6 ago 2022 - 13h38
(atualizado às 13h56)
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O Partido Democrático (PD), principal força de centro-esquerda da Itália, formalizou novas alianças neste sábado (6) para tentar fazer frente ao favoritismo da extrema direita nas eleições antecipadas de 25 de setembro.

Enrico Letta (ao fundo) com os líderes do Europa Verde, Angelo Bonelli, e do Esquerda Italiana, Nicola Fratoianni
Enrico Letta (ao fundo) com os líderes do Europa Verde, Angelo Bonelli, e do Esquerda Italiana, Nicola Fratoianni
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O acordo envolve as pequenas legendas Esquerda Italiana (SI) e Europa Verde (EV), que fazem oposição ao governo do premiê Mario Draghi e, juntas, têm cerca de 4% das intenções de voto, pouco acima da cláusula de barreira de 3%.

"Estou feliz com esse acordo eleitoral, necessário, na nossa opinião, porque esse sistema eleitoral obriga a fazer acordos e penaliza a solidão", afirmou o secretário do PD, o ex-primeiro-ministro Enrico Letta.

Com cerca de 24% das intenções de voto, o Partido Democrático está em empate técnico com a sigla de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), da deputada Giorgia Meloni, na liderança das pesquisas.

No entanto, o FdI integra uma coalizão conservadora com os partidos de Matteo Salvini (Liga) e Silvio Berlusconi (Força Itália), que aparece com mais de 40% da preferência e pode obter maioria absoluta no Parlamento, beneficiando-se de um sistema eleitoral que mistura proporcional com majoritário.

Por conta disso, o PD tenta fechar o maior número possível de alianças para fazer frente ao favoritismo da direita nos colégios majoritários.

No início da semana, o partido já havia assinado um acordo com as legendas de centro Ação, do ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Carlo Calenda, e Mais Europa, da ex-ministra das Relações Exteriores Emma Bonino, que também estão na faixa de um dígito nas pesquisas.

A coligação com o centro incomodou o SI e os Verdes, que pregam políticas mais agressivas nos âmbitos social e ambiental, mas, ameaçados pela cláusula de barreira, ambos decidiram se juntar ao PD.

"São acordos separados, mas compatíveis", disse Letta, ao comentar os entendimentos com Ação/Mais Europa e Esquerda Italiana/Europa Verde. "Entregar assentos a essa direita extrema não é aceitável. Construiremos uma frente ampla, apesar das diferenças que já conhecemos", afirmou o porta-voz dos Verdes, Angelo Bonelli.

O foco das alianças costuradas pelo PD são os colégios majoritários para a Câmara dos Deputados e o Senado, ou seja, aqueles onde apenas o candidato mais votado será eleito.

Esses distritos definirão 37% das vagas na próxima legislatura, enquanto o restante será escolhido por meio do sistema proporcional, com os assentos no Parlamento distribuídos de acordo com o percentual obtido por cada partido.

Nos colégios onde PD e Ação/Mais Europa disputarem juntos, a divisão de candidatos será de 70% para o partido de centro-esquerda e de 30% para a coalizão de centro. No acordo com o Esquerda Italiana e o Europa Verde, o PD indicará 80% dos postulantes nos colégios majoritários.

O Partido Democrático ainda tenta formalizar um acordo com a nova legenda Empenho Cívico (IC), formada por dissidentes do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio. O IC aparece nas pesquisas com menos de 3% das intenções de voto.

Ansa - Brasil   
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