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Especial/Quem é quem nas eleições na Itália?

País escolherá novo primeiro-ministro em 4 de março de 2018

28 dez 2017 - 19h55
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O presidente da Itália, Sergio Mattarella, dissolveu o Parlamento nesta quinta-feira (28) e assinou o decreto que convoca eleições para 4 de março de 2018, dando início a uma disputa que se desenha bastante acirrada.

    Nem todos os partidos definiram seus candidatos a primeiro-ministro, mas já é possível saber quais figuras devem concentrar as atenções durante a campanha do ano que vem.

    Confira abaixo: Matteo Renzi - Primeiro-ministro entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2016, Renzi, 42 anos, acalenta o sonho de retornar ao Palácio Chigi e chegou a pressionar por eleições antecipadas já em 2017, mas teve o ímpeto contido por Mattarella.

    Também ex-prefeito de Florença, ele é líder da maior legenda política da Itália, o Partido Democrático (PD), que une sob o mesmo guarda-chuva diversas alas da esquerda no país, desde ex-comunistas e socialistas até sociais-democratas e egressos da antiga Democracia Cristã.

    Das grandes siglas italianas, é a mais heterogênea, com grupos ligados a sindicatos, ao mundo empresarial, à Igreja Católica, entre outros. Ao longo do último ano, o PD perdeu pedaços importantes em suas facções mais à esquerda e tradicionais, descontentes com o estilo agressivo de Renzi, que ganhara fama nacional com o apelido de "reciclador".

    As brigas internas, a derrota no referendo constitucional de 2016 e o ano longe do governo corroeram a popularidade de Renzi, que de 40% nas eleições europeias de 2014 caiu para cerca de 25% nas últimas pesquisas. O ex-premier também tem tido dificuldades para fechar alianças, o que compromete seu desejo de voltar ao cargo, já que nenhum partido deve ter maioria absoluta no Parlamento.

    Luigi Di Maio - Provável candidato mais jovem ao posto de primeiro-ministro, o vice-presidente da Câmara dos Deputados tem 31 anos e uma curta trajetória na vida pública - apenas um mandato como parlamentar, iniciado em 2013.

    Pupilo do palhaço Beppe Grillo, ele liderará o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) nas eleições do ano que vem e é criticado por seus rivais pela pouca experiência e por não ter terminado nenhum curso universitário.

    Di Maio tem um perfil mais "moderado" que o irascível Grillo e foi escolhido candidato em uma votação online entre os filiados do movimento no blog do palhaço. Ele deve calcar sua campanha na proposta da "renda de cidadania", que prevê que todas as pessoas maiores de 18 anos e que estiverem abaixo da linha da pobreza recebam um benefício mensal para sair dessa condição.

    O M5S lidera quase todas as pesquisas para 2018, mas sem ultrapassar o patamar de 30%, número insuficiente para permitir que o movimento governe sozinho - o partido é historicamente refratário a alianças.

    Matteo Salvini - Outro representante da nova geração da política italiana, o eurodeputado da ultranacionalista Liga Norte tem 44 anos e representa as forças anti-imigração. Salvini assumiu o comando da Liga em 2013 e praticamente abandonou seu histórico pleito pela independência da Padania, planície situada no norte da Itália.

    Ao invés disso, promoveu uma guinada à extrema direita, defendendo o fechamento das fronteiras italianas para migrantes forçados, o fim das operações de resgate no Mediterrâneo e a saída do país da zona do euro. Além disso, capitaneou a oposição contra a lei de uniões civis entre homossexuais e lutou para barrar o projeto que introduziria o "jus soli" na legislação.

    Ele também propõe a castração química de estupradores, o protecionismo econômico à la Trump e, no âmbito europeu, costurou uma aliança com a francesa Marine Le Pen (Frente Nacional) e o holandês Geert Wilders (Partido para a Liberdade), símbolos do euroceticismo na UE.

    Nas pesquisas, a Liga flutua entre a terceira e a quarta posições, com 12% a 15% das intenções de voto. O número não permitiria ao partido vencer as eleições, mas as sondagens também apontam que uma eventual aliança com a centro-direita de Silvio Berlusconi poderia sobressair nas urnas.

    Salvini precisa chegar à frente do ex-premier para conseguir se lançar como primeiro-ministro em uma possível coalizão conservadora. (Continua)

Ansa - Brasil   
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