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Especialistas tentam acalmar temores de transmissão de Covid de gestantes a bebês

14 jul 2020 - 12h15
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Os casos de transmissão de Covid-19 de gestantes a bebês são raros e não devem provocar uma preocupação indevida, disseram especialistas nesta terça-feira depois da publicação de um estudo de caso que levou a crer que o novo coronavírus pode ser capaz de atravessar a placenta.

Paramédico em trajes de proteção coleta amostra de bebê para exame de detecçã de  Covid-19 em Karachi, no Paquistão
13/07/2020 REUTERS/Akhtar Soomro
Paramédico em trajes de proteção coleta amostra de bebê para exame de detecçã de Covid-19 em Karachi, no Paquistão 13/07/2020 REUTERS/Akhtar Soomro
Foto: Reuters

O estudo, publicado no periódico científico Nature Communications, descreveu um caso na França em que o vírus causador da Covid-19 foi encontrado no sangue de um bebê prematuro de uma mãe de 23 anos que foi diagnosticada com a doença pandêmica em março.

A detecção do vírus no tecido da placenta, assim como no sangue de mãe e filho, sugere que a "transmissão transplacentária do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a Covid-19) pode ser possível", escreveram os médicos que detalharam o caso. Eles acrescentaram, porém, que estudos adicionais serão necessários.

Marian Knight, professora de saúde de populações maternais e infantis da Universidade de Oxford britânica, disse que o caso é interessante, mas que não deveria ser uma grande preocupação para as mulheres grávidas.

"Entre os muitos milhares de bebês nascidos de mães com infecções de SARS-CoV-2, há relatos de muito poucos que também tiveram um exame positivo, cerca de 1% a 2%", disse ela. "Ainda não está claro se o vírus atravessa a placenta; este relatório fornece indícios de que pode fazê-lo."

Tanto a mãe quanto o bebê do caso francês se recuperaram bem e tiveram alta do hospital.

Andrew Shennan, professor de obstetrícia do King's College de Londres, concordou que é raro bebês ainda no útero contraírem Covid-19 das mães. Ele citou dados britânicos de 244 bebês nascidos de mães infectadas dos quais 95% não tinham sinais do vírus.

"As mulheres podem se sentir seguras de que a gravidez não é um fator de risco significativo para elas ou seus bebês com Covid-19", disse.

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