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Escolhido de Trump para o FBI promete independência e rejeita caça às bruxas em inquérito russo

12 jul 2017 - 16h36
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Christopher Wray, o escolhido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar o FBI, disse nesta quarta-feira que se recusaria a jurar lealdade a Trump, rejeitou a descrição do presidente da investigação sobre a interferência da Rússia na eleição do ano passado como uma "caça às bruxas" e prometeu se demitir caso o presidente lhe peça para fazer algo ilegal.

Christophe Wray, o escolhido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar o FBI. 12/07/2017 REUTERS/Carlos Barria
Christophe Wray, o escolhido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar o FBI. 12/07/2017 REUTERS/Carlos Barria
Foto: Reuters

Wray, indicado por Trump em 7 de junho para substituir o demitido James Comey como diretor da Polícia Federal dos EUA, procurou afirmar sua independência do presidente republicano com firmeza e até disse que seria "altamente improvável" ele concordar em se encontrar com Trump em particular.

Wray compareceu à audiência de confirmação no Comitê Judiciário do Senado em meio a uma revolta em Washington a respeito de emails de 2016 envolvendo Donald Trump Jr., filho do presidente, divulgados na terça-feira. Os emails mostraram que o filho do presidente concordou em se encontrar no ano passado com uma mulher que lhe disseram ser uma advogada do governo russo que poderia ter informações prejudiciais sobre a adversária democrata Hillary Clinton, parte do apoio oficial de Moscou a seu pai.

Wray se esquivou de perguntas específicas do senador republicano Lindsey Graham sobre os emails do filho de Trump, mas disse: "Quaisquer ameaças ou esforço de qualquer Estado-nação ou ator não estatal para interferir em nossa eleição é o tipo de coisa que o FBI gostaria de saber".

Donald Trump Jr. não notificou o FBI e escreveu que "adoraria" a oferta russa de informações sobre Hillary.

Wray, que pareceu bem encaminhado para obter a confirmação, também disse não ter motivo para duvidar das conclusões da comunidade de inteligência dos EUA, segundo as quais a Rússia interferiu na eleição para ajudar Trump a se eleger, em parte roubando e divulgando emails comprometedores para Hillary.

Na esteira da demissão de Comey, o Departamento de Justiça nomeou Robert Mueller, ele mesmo um ex-diretor do FBI, como procurador especial para averiguar a suposta interferência russa na corrida presidencial de 2016 para ajudar Trump a ser eleito e um possível conluio entre Moscou e associados de Trump.

Trump chamou o inquérito russo várias vezes de "caça às bruxas".

"Não creio que o diretor Mueller esteja em uma caça às bruxas", afirmou Wray a Graham.

Wray disse estar "muito comprometido" a apoiar Mueller em sua investigação, classificando-o como "o sujeito correto em pessoa e alguém por quem tenho um respeito enorme".

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