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Erdogan se dispõe a discutir com Grécia sobre Mediterrâneo

Anúncio foi feito após videoconferência com Merkel e Michel

22 set 2020 - 14h13
(atualizado às 14h16)
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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, informou nesta terça-feira (22) que está aberto para "diálogos exploratórios" com a Grécia por conta da crise entre as duas nações pela extração de combustíveis fósseis na parte oriental do Mar Mediterrâneo.

Erdogan disse estar disponível para conversar com gregos sobre exploração de combustíveis fósseis no Mediterrâneo
Erdogan disse estar disponível para conversar com gregos sobre exploração de combustíveis fósseis no Mediterrâneo
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A afirmação foi dada durante uma videoconferência entre o mandatário turco, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Desde julho, a chefe do governo de Berlim tenta atenuar a crise, que chegou a ganhar contornos bélicos com o envio de navios militares gregos para uma área do Mediterrâneo.

"O impulso para fazer diminuir as tensões e para utilizar os canais de diálogo deve ser apoiado com medidas recíprocas. As iniciativas tomadas pela Grécia serão determinantes para o avanço na retomada dos canais de diálogo", disse Erdogan durante o encontro com os líderes europeus.

As últimas negociações do tipo ocorridas entre Atenas e Ancara haviam sido realizadas em 2016, quando o principal problema na briga pelas fronteiras marítimas atingia mais o Chipre. Além das conversas com Merkel e com Michel, Erdogan informou que terá uma conversa por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, que vem fazendo ataques à postura do governo turco, especialmente, após uma reunião com os líderes dos demais países que fazem parte do Mediterrâneo, em que o grupo ameaçou impor sanções contra Ancara.

- A crise: As disputas marítimas ficaram mais intensas novamente desde o fim de julho deste ano, quando Ancara enviou um navio de estudo para tentar identificar possíveis locais de exploração de petróleo e gás natural.

A ação gerou uma queixa formal de Atenas e, no dia 22 daquele mês, a Marinha grega foi para a região próxima à ilha de Kastelorizo para "defender" o território marítimo. À época, Merkel conseguiu atenuar a crise, fazendo com que Erdogan ordenasse a retirada de seu navio da área contestada.

No entanto, em 6 de agosto, a Grécia anunciou um acordo para definir fronteiras marítimas e criar uma zona exclusiva de exploração de combustíveis fósseis com o Egito, fato que irritou os turcos. Novamente, Erdogan mandou navios para a região.

Para a Turquia, esse acordo Atenas-Cairo é ilegal porque invade áreas que pertenceriam à Líbia, com a qual Erdogan fechou um acordo exploratório no fim de 2019. O problema é que nenhum país ou entidade reconheceu a legalidade desse pacto Ancara-Trípoli por considerar que ele invade águas territoriais de outras nações da região. .

Ansa - Brasil   
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