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Erdogan amplia poderes com reeleição e maioria parlamentar na Turquia

25 jun 2018 - 09h29
(atualizado às 09h47)
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O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, conquistou novos poderes executivos nesta segunda-feira graças a uma vitória em eleições históricas que também garantiram uma maioria parlamentar a seu partido de raízes islâmicas e a aliados nacionalistas.

Presidente turco reeleito, Tayyip Erdogan 25/06/2018 Kayhan Ozer/Palácio Presidencial/Divulgação via REUTERS
Presidente turco reeleito, Tayyip Erdogan 25/06/2018 Kayhan Ozer/Palácio Presidencial/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Principal rival de Erdogan, Muharrem Ince, do Partido Republicano do Povo (CHP), reconheceu a derrota, mas classificou as eleições como "injustas", e disse que o sistema presidencial que entra em vigor agora é "muito perigoso" porque levará a um governo de um homem só.

A reeleição inaugura uma poderosa Presidência executiva apoiada por uma estreita maioria em um referendo de 2017. O gabinete do primeiro-ministro será abolido, e Erdogan poderá emitir decretos para formar e regular os ministérios e remover funcionários públicos, tudo sem aprovação parlamentar.

Erdogan, de 64 anos, o líder mais popular da história moderna da Turquia, embora polarizador, disse a apoiadores entusiasmados munidos de bandeiras que não haverá recuo em seu empenho em transformar a Turquia, um país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e, ao menos nominalmente, candidato a se filiar à União Europeia.

Ele é amado por milhões de turcos muçulmanos da classe trabalhadora por capitanear anos de crescimento econômico exemplar e a construção de estradas, pontes, aeroportos, hospitais e escolas.

Mas seus críticos, que incluem grupos de direitos humanos, o acusam de destruir a independência dos tribunais e as liberdades da imprensa. Uma operação repressiva iniciada após um golpe fracassado em 2016 levou à detenção de 160 mil pessoas, incluindo professores, jornalistas e juízes.

Erdogan e seu Partido AK reivindicaram a vitória nas eleições presidenciais e parlamentares de domingo depois de derrotarem uma oposição revitalizada que ganhou um ímpeto considerável recentemente e parecia capaz de lhes impor um revés.

"Está fora de cogitação para nós agora recuar do ponto a que trouxemos nosso país em termos de democracia e da economia", disse Erdogan na noite de domingo.

Com praticamente todos os votos contados, Erdogan tinha 53 por cento das urnas, e Ince 31 por cento, enquanto na votação parlamentar o AK ficou com 42,5 por cento dos votos e seus aliados nacionalistas do MHP com outros 11 por cento, superando as expectativas.

O comparecimento foi alto, a quase 87 por cento. A Alta Comissão Eleitoral (YSK) declarou as eleições "saudáveis".

Inicialmente os mercados turcos se animaram com a perspectiva de uma estabilidade política maior, um vez que os investidores temiam um impasse entre Erdogan e um Parlamento controlado pela oposição, mas depois recuaram devido aos receios quanto à futura política monetária.

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