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Envio de porta-aviões e bombardeiros dos EUA ao Oriente Médio é "guerra psicológica", diz Irã

7 mai 2019 - 11h12
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O principal organismo de segurança do Irã minimizou, rotulando como "guerra psicológica", o anúncio norte-americano de que um grupo de ataque de porta-aviões e bombardeiros está a caminho do Oriente Médio como um recado a Teerã, relatou a agência de notícias semioficial Tasnim nesta terça-feira.

Porta-aviões dos EUA Abraham Lincoln no mar Mediterrâneo
13/04/2019
Marinha dos EUA/Especialista de Comunicação Clint Davis/Divulgação via REUTERS
Porta-aviões dos EUA Abraham Lincoln no mar Mediterrâneo 13/04/2019 Marinha dos EUA/Especialista de Comunicação Clint Davis/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

No domingo, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse que o país está despachando o grupo de ataque do porta-aviões Abraham Lincoln e uma força-tarefa de bombardeiros ao Oriente Médio.

"O comunicado de Bolton é um uso desajeitado de um anúncio desgastado de guerra psicológica", disse Keyvan Khosravi, porta-voz do Supremo Conselho Nacional de Segurança do Irã, segundo a Tasnim. Khosravi disse que o porta-aviões chegou ao Mediterrâneo semanas atrás.

Na segunda-feira, o secretário de Defesa interino dos EUA, Patrick Shanahan, disse que aprovou a mobilização do grupo do porta-aviões e dos bombardeiros devido a indícios de uma "ameaça crível de forças do regime iraniano", sem dar detalhes da inteligência em que se baseou.

A estatal iraniana Press TV havia dito mais cedo: "A mobilização parece ser uma 'agendada regularmente' pela Marinha dos EUA, e Bolton só tentou valorizá-la".

Separadamente, um conselheiro militar do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse que os EUA "não estão dispostos nem são capazes" de um ataque ao Irã, segundo a agência de notícias semioficial Isna.

O general Hossein Dehgan disse que Washington teria dificuldade para convencer a opinião mundial e países regionais a aceitarem uma guerra total contra o Irã e mobilizar recursos para tal conflito.

Jornais e comentaristas iranianos em geral minimizaram o anúncio de Washington, que classificaram como um "blefe" e "retórica vazia".

No mês passado, o Irã disse estar preparado para a decisão norte-americana de encerrar as dispensas concedidas a compradores de petróleo iraniano, e a Guarda Revolucionária de elite repetiu sua ameaça de fechar o Estreito de Hormuz, no Golfo Pérsico, se Teerã for impedida de usá-lo. Cerca de 30 por cento das remessas marítimas de petróleo do mundo percorrem esta rota.

Embora nem Shanahan nem Bolton tenha detalhado a essência da inteligência dos EUA, outras autoridades norte-americanas disseram à Reuters que houve "diversas ameaças críveis" contra forças dos EUA em terra, inclusive no Iraque, da parte do Irã e de forças que atuam em seu nome nos mares.

Na semana passada, o governo do presidente Donald Trump disse que revogará as dispensas concedidas a países que compram petróleo iraniano na tentativa de reduzir as exportações iranianas de petróleo cru a zero.

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