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Entenda a crise da Coreia do Norte em três minutos

Tensão se acumula há anos, mas últimos testes de mísseis levaram crise a novo patamar; entenda o que está acontecendo.

12 jun 2018 - 17h54
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Imagem divulgada pela mídia oficial norte-coreana do lançamento de quatro mísseis
Imagem divulgada pela mídia oficial norte-coreana do lançamento de quatro mísseis
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Depois de muita negociação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, finalmente se encontraram em Cingapura nesta terça-feira. Eles assinaram um documento em que a Coreia do Norte se compromete a trabalhar para a sua desnuclearização e em que sinalizam o desenvolvimento de "novas relações" entre os países - um passo avaliado como "avanço sem precedentes" depois de um ano marcado por hostilidade e troca de ameaças entre as partes.

A BBC News Brasil reuniu algumas respostas sobre o imbróglio nuclear que a Coreia do Norte se meteu nos últimos anos.

Porque a Coreia do Norte decidiu ter armas nucleares?

A península coreana foi dividida após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia, e o norte comunista se tornou uma ditadura com traços stalinistas. Os líderes do país sempre disseram que o arsenal atômico era o único fator capaz de impedir que outras nações destruíssem o país, que vive praticamente isolado do resto do mundo.

Quão perto eles estavam de conseguir a bomba atômica?

A Coreia do Norte diz ter testado com sucesso seis bombas nucleares, uma delas de hidrogênio - muitas vezes mais poderosa que uma ogiva nuclear. A bomba de hidrogênio poderia, em tese, ser miniaturizada e carregada por um míssil de longo alcance.

A mídia estatal do país disse que o teste foi um "sucesso total". Apesar de analistas dizerem que a afirmação deve ser vista com ceticismo, documentos vazados sugerem que o aparato de inteligência dos EUA acredita que a Coreia do Norte tem capacidade de fazer a miniaturização.

Especialistas também acreditam que o país tem mísseis balísticos que podem atingir território americano.

Recentemente, os Estados Unidos, a União Europeia e a ONU impuseram duras sanções ao país.

Como as conversas com os EUA deram certo?

Teoricamente, a Coreia do Norte sempre esteve aberta a negociações sobre "desnuclearização".

Mas, depois de meses de conversas, foi uma surpresa para todo mundo quando Kim disse estar "aberto ao diálogo", em janeiro de 2018.

Trump, em seguida, mostrou-se disposto a ignorar as pré-condições de conversa que os presidentes do passado impuseram.

Quando a China apoiou as sanções, isso pressionou ainda mais Pyongyang - embora a Coreia do Norte insista que as medidas não foram decisivas.

Uma nova era?

Em abril, Kim e Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, se encontraram e concordaram em finalmente pôr fim à guerra entre os dois países da península coreana.

Eles concordaram em acabar com acabar com bombas e "desnuclearizar a península" - mas não detalharam esse processo.

Pyongyang ordenou o fim dos testes de armas atômicas, libertou prisioneiros americanos e encerrou as atividades de seu local de testes nucleares.

Após esse processo, Trump se tornou o primeiro presidente americano a encontrar um líder norte-coreano.

Kim reiterou seu compromisso com a desnuclearização. Mas os observadores disseram que o documento assinado pela dupla não explicava os detalhes. Tentativas anteriores de negociar acordos de ajuda ao desarmamento têm falhado.

O acordo focou em alguns pontos principais: desnuclearização, paz duradoura na península coreana e com os Estados Unidos, recuperação e repatriação de prisioneiros de guerra,

"As relações (a partir de agora) vão ser muito diferentes do que foram no passado", disse Trump, afirmando ainda que havia desenvolvido um "laço muito especial com Kim" e que "definitivamente" o convidaria para visitá-lo na Casa Branca.

O líder norte-coreano, por sua vez, declarou que "o mundo verá grandes mudanças" e que tanto ele quanto Trump haviam decidido "deixar o passado para trás".

Após falarem rapidamente à imprensa, Trump e Kim seguiram para conversas privadas ao lado de tradutores. Depois, tiveram o reforço de assessores. Trump, por exemplo, sentou à mesa acompanhado de seu secretário de Estado, Mike Pompeo, e do chefe de gabinete, John Kelly.

Analistas estão divididos sobre as consequências reais da reunião: alguns veem nela um esforço - bem-sucedido - de propaganda por parte de Kim, enquanto outros enxergaram nela um caminho para a paz.

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