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'Emergência climática é como uma pandemia', diz Draghi na ONU

Premiê da Itália participou de painel sobre clima nesta segunda

20 set 2021 - 17h56
(atualizado às 18h14)
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O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta segunda-feira (20) que "a emergência climática é como uma pandemia" e é preciso "agir imediatamente".

A declaração foi dada durante o painel intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece em Nova York, à margem da 76ª edição da Assembleia Geral da ONU. O evento é organizado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em conjunto com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pela presidência da COP26.

"É verdade que ainda lutamos contra a pandemia, mas esta é uma emergência da mesma magnitude e não devemos, de forma alguma, reduzir a nossa determinação em combater as alterações climáticas", explicou Draghi por videoconferência.

Segundo o premiê italiano, o painel "nos disse três coisas: que nossa ação deve ser imediata, rápida e em grande escala. E se não agirmos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não seremos capazes de conter a mudança climática abaixo de 1,5 graus".

Por isso, Draghi prometeu que "a Itália fará sua parte" e está pronta "para anunciar um novo compromisso econômico com o clima nas próximas semanas".

O líder italiano não entrou em detalhes sobre o projeto, mas de 2015 a 2020, a Itália alocou 500 milhões de euros por ano para atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

"Precisamos fortalecer os esforços conjuntos para acelerar a eliminação do carvão tanto nacional quanto internacionalmente. E realmente precisamos tomar nosso destino em nossas próprias mãos nisso", alertou Draghi.

De acordo com ele, "o investimento público voltado para pesquisa e desenvolvimento deve se tornar uma prioridade para áreas estratégicas como eletrificação, hidrogênio, bioenergia, captura, uso e armazenamento de carbono, que hoje recebem apenas cerca de um terço do financiamento público".

Além disso, a "precificação do carbono pode ser um dos instrumentos para acelerar a transição verde".

"Muitos países - como a Itália - decidiram colocar um modelo de crescimento mais verde e inclusivo no centro de seus planos de recuperação e resiliência. No entanto, já sabemos que mais precisa ser feito. Somos certamente um país que apoia fortemente o papel de liderança da União Europeia no combate às alterações climáticas. Estamos determinados a colocar a UE no caminho certo para atingir uma redução de 55% nas emissões até 2030 e zero emissões líquidas até 2050", explicou Draghi.

Guterres, por sua vez, não mediu palavras para indicar a gravidade da situação. "Precisamos de ações decisivas agora para evitar a catástrofe climática. Salvar esta e as futuras gerações é uma responsabilidade compartilhada", disse o português, reiterando que "com base nos compromissos atuais dos Estados-membros o mundo está em um caminho catastrófico em direção a 2,7 graus de aquecimento global".

"A ciência nos diz que qualquer coisa acima de 1,5 graus seria um desastre. Precisamos um corte de 45% nas emissões até 2030. Se não mudarmos coletivamente o curso, existe um alto risco de falência da COP26", acrescentou.

O secretário-geral da ONU alertou principalmente os países do G20, especificando que suas medidas são necessárias. "Eles representam 80% das emissões de gases de efeito estufa e na reunião de hoje houve consenso de que o próximo G20 será absolutamente essencial para garantir o sucesso da COP26 em novembro".

Em sua opinião, as ações devem ser tomadas em três frentes: "manter a meta de 1,5 grau, destinar os US$100 bilhões prometidos anualmente aos países pobres, aumentar o financiamento da adaptação para pelo menos 50% do total público".

Ansa - Brasil   
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