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Embaixador dos EUA diz em entrevista não descartar anexação da Cisjordânia por Israel

8 jun 2019 - 16h38
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O embaixador dos Estados Unidos em Israel não descartou que Israel anexasse partes da ocupada Cisjordânia, terra que os palestinos querem para um Estado próprio, em uma entrevista para o New York Times, publicada neste sábado. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, na campanha das eleições de abril, que planeja anexar os assentamentos judeus na Cisjordânia, medida que deve motivar ampla condenação internacional e complicar as discussões de paz. 

O New York Times afirmou que o embaixador norte-americano David Friedman não quis dizer como Washington responderia à anexação, mas comentou: 

"Nós realmente não temos uma visão sobre o caso até entendermos o quanto, e em que termos, por que isso faz sentido, porque é bom para Israel, por que é bom para a região, por que não cria mais problemas do que resolve." 

"Precisamos entender todas essas coisas e não quero julgar antes", disse Friedman. 

A Casa Branca tem trabalhado por uma proposta de paz entre Israel e palestinos, considerada pelo presidente Donald Trump como "o acordo do século", mas até agora nenhum detalhe veio a público. 

A maioria dos países vê os assentamentos israelenses na Cisjordânia, território capturado na guerra de 1967, como ilegais. Israel discorda, citando laços históricos, políticos e religiosos, assim como necessidades de segurança. 

Friedman disse que, sob certas circunstâncias, "Israel tem o direito de manter alguma, mas provavelmente não toda, parte da Cisjordânia". 

Não está claro a quais territórios da Cisjordânia Friedman se referiu e se a retenção de Israel seria parte do acordo de paz que inclui trocas de terras - uma ideia ventilada em negociações passadas - e não uma medida unilateral como a anexação. 

Era esperado que o plano de Trump fosse divulgado em uma conferência econômica no Barein, neste mês. Mas uma eleição antecipada em Israel em 17 de setembro deve atrasar o cronograma. 

Respondendo à entrevista de Friedman, o principal negociador palestino, Saeb Erekat, tuitou: "A visão deles é sobre anexação de território ocupado, um crime de guerra sob leis internacionais".  

A liderança palestina recusou-se a lidar com a administração Trump desde que ela reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Palestinos querem a parte leste da cidade, capturada por Israel na guerra de 1967 e anexada em uma ação não reconhecida em outros países, como sua futura capital. 

Uma autoridade norte-americana, sob a condição de anonimato, disse: "Nenhum plano de anexação unilateral por Israel de qualquer porção de território da Cisjordânia foi apresentado por Israel para os EUA, ou está em discussão".

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