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Em última missa no Chile, Papa Francisco defende imigrantes

Segundo líder católico, eles são 'ícones da Sagrada Família'

18 jan 2018 - 13h31
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Em sua última missa no Chile, celebrada nesta quinta-feira (18) em Campo Lobito, em Iquique, o papa Francisco voltou a fazer uma forte defesa dos imigrantes e destacou que eles são "ícones da Sagrada Família".

Papa Francisco faz rápida passagem por Iquique
Papa Francisco faz rápida passagem por Iquique
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Iquique é uma área de imigrantes que nos lembra a grandeza dos homens e mulheres, de famílias inteiras que, perante às adversidades, não se dão por vencidas e fazem caminho em busca de vida. Eles - especialmente aqueles que devem deixar a sua terra porque não tem o mínimo necessário para viver - são ícones da Santa Família, que precisou atravessar desertos para poder continuar a viver", disse durante a homilia.

Mostrando conhecer a área, o Pontífice destacou que a palavra "Iquique" significa "terra de sonhos" e que isso já demonstra como a região soube abrigar pessoas de diversos povos e culturas que precisaram "deixar os seus queridos e partir".

"Uma partida sempre baseada na esperança de ter uma vida melhor, mas sabemos que é sempre acompanhada de bagagens cheias de medo e de incerteza por aquilo que está por vir", destacou ainda.

Em outra passagem de seu sermão, o sucessor de Bento XVI lembrou aos cristãos que não pode "haver alegria em Cristo se as portas são fechadas" para os imigrantes. "Não há alegria cristã quando nós fazemos o outro sentir que eles são em muitos ou que, entre nós, não há lugar para eles", disse ainda.

Durante a homilia, o Sumo Sacerdote também criticou a precarização do trabalho no país.

"Estamos atentos a todas as situações de injustiça e às novas formas de exploração que expõem tantos irmãos a perder a alegria da festa. Estamos atentos perante à precarização do trabalho que destrói vidas e famílias. Estamos atentados àqueles que se aproveitam de irregularidades de muitos imigrantes porque não conhecem a língua ou não tem os documentos em dia", acrescentou.

A cidade do norte do Chile, no meio do deserto do Atacama, é conhecida por ser uma região de imigrantes, especialmente, nos últimos anos. Cerca de 10% da população local é formada por pessoas que não nasceram ali, sendo a maior parte deles peruanos e bolivianos.

Porém, nos últimos oito anos, Iquique se tornou o destino final de muitos colombianos, bem como de pessoas do Haiti, da Venezuela e de Cuba.

Já Francisco, sempre que possível, coloca o tema das imigrações em pauta. Seja na Europa, que atravessa a maior chegada de deslocados desde o fim da Segunda Guerra Mundial, no Oriente Médio ou nos países da América que visitou, o tema é recorrente e busca causar reflexão sobre o que faz tantas pessoas abandonarem suas casas para tentar uma vida melhor.

- Agenda: Após a missa, Francisco terá um encontro com duas vítimas da ditadura militar no Chile durante a década de 1970. É esperado que eles lhe entreguem uma carta.

Depois, o Papa se dirigirá para a "Casa de Retiros del Santuario Nuestra Señora de Lourdes" onde almoçará com religiosos.

No fim da tarde, já de volta à Santiago, ele participa da cerimônia de despedida do país e parte para Lima, no Peru, onde deve chegar por volta das 20h30 (horário de Brasília).

Ansa - Brasil   
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