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Em meio a protestos, Bachelet enviará missão da ONU ao Chile

País tem sido palco de protestos contra aumento de taxa de metrô

25 out 2019 - 14h45
(atualizado às 15h05)
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A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, anunciou nesta sexta-feira (25) que enviará uma missão ao Chile para acompanhar a crise deflagrada no país em meio a uma onda de protestos. Segundo a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani, três representantes se deslocarão ao território chileno após um pedido feito por um grupo de parlamentares da oposição e pelo presidente Sebastián Piñera. "Depois de monitorar a crise desde o início, decidi enviar uma missão de verificação para examinar as queixas de violações dos direitos humanos no Chile", afirmou a ex-presidente do Chile em comunicado. Ontem (24), o país viveu mais um dia de protestos. Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas do centro da capital Santiago e deram início a uma mobilização convocada por sindicatos e organizações sociais.

Em meio a protestos, Bachelet enviará missão da ONU ao Chile
Em meio a protestos, Bachelet enviará missão da ONU ao Chile
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    Os atos tiveram início depois que o governo chileno anunciou o aumento do preço nas passagens de metrô em Santiago e em decorrência da desigualdade social, que se reflete sobretudo nos aposentados, mas agora exigem também a retirada das Forças Armadas das ruas. Além disso, diversas pessoas pedem a renúncia de Piñera, mesmo depois de divulgar uma série de medidas sociais para acalmar a insatisfação da população. "Estamos trabalhando em um plano para normalizar a vida do nosso país para poder terminar com o toque de recolher e, com sorte, também poderemos suspender o estado de emergência", disse o presidente.

    Os manifestantes reivindicam políticas sociais, sobretudo na área da saúde e educação, em uma das economias mais estáveis, mas desiguais da América Latina.

    Um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos (NHRI) revelou que 535 pessoas ficaram feridas e 2410 foram detidas durante os atos. Até o momento, 19 mortes foram registradas. As organizações humanitárias, no entanto, denunciaram a falta de transferência do governo ao divulgar os números da repressão após o confrontos, que provocaram toque de recolher e estado de emergência. Segundo as ONGs, o Ministério do Interior tem divulgado um balanço diferente do produzido pelo NHRI. O Ministério Público, por outro lado, tem informado outros dados, o que impede uma definição clara do número de detidos, feridos e mortos. Nesta sexta-feira (25), as manifestações ganharam mais adesão e as ruas das principais cidades chilenas foram tomadas por uma multidão. As autoridades relataram que pelo menos 68 concentrações foram registradas em todo o país. Diversas caravanas de caminhões bloquearam rodovias para protestar contra a cobrança de pedágios em estradas. Já as linhas de metrô estão operando parcialmente.

Ansa - Brasil   
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