Em mais um dia de protesto, Hong Kong tem greve geral
Território vive terceiro dia consecutivo de manifestações
O território autônomo de Hong Kong vive momentos de caos e tensão com mais uma onda de protestos contra o governo da China. Nesta segunda-feira (5), os manifestantes promoveram uma greve geral e ocuparam áreas do aeroporto local, levando ao cancelamento de uma centena de voos.
Parques, praças, ruas, estações de trem e metrô também foram tomadas pelos participantes dos protestos, que acusam o governo de Hong Kong de ser pró-Pequim. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, concentrada em cinco do setes distritos.
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que a "atitude intransigente dos jovens radicais" geram uma "situação muito perigosa". "Eu diria que os manifestantes estão tentando derrubar Hong Kong, destruir por completo a vida de mais de sete milhões de pessoas", criticou.
No entanto, a grave geral de hoje é um dos maiores atos contra a China desde o início dos protestos, em junho. Por semanas e pelo terceiro dia consecutivo, centenas de pessoas saem às ruas para pedir aberturas democráticas e, no último fim de semana, houve manifestações com adesão de funcionários públicos. A crise começou devido à possibilidade da aprovação de uma lei - atualmente suspensa - que permitiria a extradição de condenados para a China continental. Os atos foram ganhando proporção com a inclusão de pautas democráticas.
Somente hoje, ao menos 82 pessoas foram presas por participação na greve e nos protestos. Em coletiva de imprensa, a polícia informou que, desde 9 de junho, 420 pessoas foram detidas sendo que 50 delas foram oficialmente indiciadas por algum crime. O aumento da tensão em Hong Kong e a guerra comercial entre China e Estados Unidos afetaram os mercados europeus nesta segunda-feira, que operam em baixa.