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Em cúpula do Mercosul, representante da Bolívia promete eleições "livres e limpas"

4 dez 2019 - 19h08
(atualizado às 19h10)
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O representante do novo governo boliviano na 55ª Cúpula do Mercosul, Carlos Eduardo Zannier Claros, prometeu nesta quarta-feira aos membros do bloco que seu país terá em breve as eleições "mais livres e limpas" da história da Bolívia.

Apoiadores de Morales protestam na Bolívia
25/11/2019
REUTERS/Mitra Taj
Apoiadores de Morales protestam na Bolívia 25/11/2019 REUTERS/Mitra Taj
Foto: Reuters

Cobrado pelos chanceleres dos países do bloco, Claros afirmou ainda que a intenção da Bolívia é convidar os membros do Mercosul e outras nações da região a acompanharem o pleito.

"Temos a intenção de levar adiante as eleições mais livres e limpas da história da Bolívia", disse Claros, que é vice-ministro de Comércio Exterior e Integração da Bolívia. "Para isso estendemos aos países do Mercosul um convite para acompanhar todo processo."

Depois da renúncia e asilo no México do ex-presidente Evo Morales, a então vice-presidente do Senado boliviano, Jeanine Áñez, se autoproclamou presidente interina do país. Há 15 dias, apresentou um projeto de lei transitória para convocar as novas eleições.

A crise boliviana foi tema de uma dos desacordos da cúpula, entre os governos de Uruguai e Argentina. O Uruguai ainda não reconheceu o governo de Áñez e foi contra a iniciativa brasileira de convidar um representante do novo governo da Bolívia --que é um Estado-associado do Mercosul-- para a cúpula.

"Não devemos aceitar a adaptação de legitimidades de governos apenas porque convêm a uma situação regional", disse o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa.

Novoa lembrou que o Uruguai condenou da mesma forma o que chamou de "atropelos à institucionalidade" no Chile, no Equador e na Bolívia, assim como condena o desrespeito aos direitos humanos na Venezuela.

Já Jorge Faurie, ministro das Relações Exteriores da Argentina, atribuiu a crise boliviano ao "desrespeito à vontade popular", quando mesmo perdendo um plebiscito sobre um novo mandato, Evo Morales insistiu em tentar uma nova reeleição.

"Não se pode atentar contra a democracia, afetar o regime e tentar se perpetuar no poder. Isso que gera o caos e a contestação dos regimes democráticos que vivemos", afirmou.

Faurie, no entanto, ainda cobrou que sejam feitas eleições rapidamente no país para "validar o que seja a escolha do povo boliviano".

"Pedimos que Bolívia conclua o processo eleitoral, que se vigie a liberdade de imprensa e se respeite os direitos humanos", disse.

Primeiro a discursar na reunião com os Estados associados, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, não comentou a situação boliviana e nem citou as crises em nenhum dos países da região.

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