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Eleições nos EUA: resultado preliminar aponta vitória de Bernie Sanders na prévia democrata em Nevada

Corrida pré-eleitoral está em curso no terceiro Estado americano, com população muito mais etnicamente diversa do que nos dois anteriores.

22 fev 2020 - 16h27
(atualizado em 23/2/2020 às 17h15)
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Caucus de Nevada é a terceira prévia em disputa pelos democratas
Caucus de Nevada é a terceira prévia em disputa pelos democratas
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Bernie Sanders vai se consolidando como favorito a ocupar a posição de adversário democrata do presidente Donald Trump na eleição presidencial americana em novembro.

Resultados preliminares do caucus do Estado de Nevada, realizado neste sábado (22/02), apontam uma vitória do senador — o candidato mais à esquerda na corrida — com larga vantagem.

Sanders colheu bons resultados no caucus de Iowa e na primária de New Hampshire, Estados de população homogênea e de maioria branca. Nevada era considerado um teste importante por ter uma composição demográfica mais diversificada.

Com 50% dos votos apurados, Sanders contabilizava na manhã deste domingo (23/02) 47% da preferência, seguido pelo ex-vice-presidente Joe Biden (19%), que ensaia uma performance melhor do que nas duas prévias anteriores.

Por enquanto, o senador e o moderado Pete Buttigieg estão na dianteira das primárias democratas, mas o candidato a enfrentar Trump só será conhecido em meados do ano, quando todos os 50 Estados, o Distrito de Colúmbia (Washington) e Porto Rico tiverem realizado suas prévias.

A seguir, a BBC explica o processo — e em que prestar atenção:

O que é o caucus?

O caucus de Nevada é uma série de encontros partidários realizados pelos Estado, durante algumas horas. No fim, os presentes votam em um dos oito democratas que gostariam de ter como nomeado à candidatura.

Warren teve bom desempenho no debate - resta ver se isso vai se refletir nas urnas
Warren teve bom desempenho no debate - resta ver se isso vai se refletir nas urnas
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Os candidatos que receberem ao menos 15% dos votos receberão delegados — em Nevada, há 36 delegados em disputa, a serem distribuídos conforme o desempenho dos candidatos.

O objetivo de todos os pré-candidatos é chegar a 1.990 delegados, o suficiente para conquisar a nomeação. O caminho ainda é longo até lá: no momento, Pete Buttigieg tem 22 delegados, Sanders tem 21 e Elizabeth Warren, senadora pelo Estado de Massachusetts, tem oito.

Em quem ficar de olho

Warren é um nome a prestar atenção. Embora sua campanha tenha se decepcionado com os resultados obtidos em New Hampshire e Iowa, Warren foi a pré-candidata que mais se destacou no debate televisivo que antecedeu a votação em Nevada.

Nele, Warren acuou o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, bem no momento em que ele emerge como um nome forte na disputa democrata (Bloomberg, por sinal, não participa do caucus de Nevada. Em uma estratégia de campanha arriscada, ele está concentrando seus esforços na chamada SuperTerça, em 3 de março, quando 14 Estados disputarão suas prévias).

Depois do debate, a campanha de Warren afirmou que ela teve um pico de doações de simpatizantes.

Mas, na primária de New Hampshire, Amy Klobuchar — outra pré-candidata na disputa — se saiu muito bem no debate, porém nem tanto nas urnas. A dúvida é se isso se repetirá com Warren em Nevada.

E, por fim, é bom prestar atenção em Joe Biden, que está apostando suas fichas nos eleitores latinos de Nevada. Se esse apoio não vier, muitos verão sua campanha como próxima do fim.

O apoio que já não veio

Cédula do caucus de Nevada em espanhol; parte considerável dos eleitores são latinos
Cédula do caucus de Nevada em espanhol; parte considerável dos eleitores são latinos
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Em um Estado como Nevada, com cidades turísticas como Las Vegas e Reno, uma organização tem grande força: o Sindicato Culinário, formado por funcionários de restaurantes, hotéis e cassinos.

O apoio desse grupo costuma ajudar a decidir quem vai vencer em Nevada, e teve forte papel na vitória de Obama no Estado em 2008, por exemplo. Mas, neste ano, o sindicato escolheu não apoiar nenhum candidato.

Os sindicalistas não apoiam o plano de Sanders por um programa único de plano de saúde, por serem relutantes em abrir mão do plano médico que o sindicato negociou para eles.

Mas a ausência de apoio deve ser mais sentida por Biden, que rejeita o plano de Sanders e que era visto como alguém mais alinhado ao sindicato.

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