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Eleições da Bolívia à beira do caos, conforme rivais se enfrentam por contagem de votos

21 out 2019 - 16h06
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O resultado das eleições presidenciais na Bolívia estava à beira do caos nesta segunda-feira, com uma contagem preliminar sugerindo que deveria acontecer um segundo turno, mas com o presidente Evo Morales insistindo que conseguira garantir votos suficientes no primeiro turno de domingo para uma vitória.

Evo Morales reage aos resultados da apuração da eleição presidencial em La Paz
20/10/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino - RC1A12E81D00
Evo Morales reage aos resultados da apuração da eleição presidencial em La Paz 20/10/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino - RC1A12E81D00
Foto: Reuters

A incerteza provocou temores entre observadores e diplomatas sobre possíveis manipulações dos votos para evitar um segundo turno e provocou inquietação sobre o que poderia ocorrer no país, enquanto Chile e Equador enfrentam violência nas ruas.

"A região está em convulsão. Na Bolívia, até agora, houve tensões, mas poderíamos ir de tensão a uma convulsão se Morales tentar forçar uma vitória no primeiro turno", disse o analista político boliviano Franklin Pareja.

Morales liderava com 45% dos votos contra 38% do principal rival Carlos Mesa, de acordo com uma contagem preliminar de cédulas do conselho eleitoral da Bolívia. Outras pesquisas também mostravam uma disputa acirrada que levaria a um segundo turno.

Aumentando a confusão, o jornal oficial Cambio divulgou nesta segunda-feira uma manchete de primeira página dizendo que Morales havia vencido, assegurando seu quarto mandato consecutivo.

No final do domingo, no entanto, a autoridade eleitoral havia interrompido a contagem provisória com apenas 83,76% da votação realizada. Essa ação levou o monitor oficial, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a exigir saber a razão disso.

"É crucial que esse processo seja realizado de forma rápida e transparente", disse a OEA nesta segunda-feira, à medida que os temores de uma agitação aumentaram e Mesa disse que estava indo para a cidade industrial de Santa Cruz para apoiar grupos que se mobilizam para exigir o segundo turno da votação.

Brasil, Argentina e Estados Unidos também expressaram preocupação com a interrupção da divulgação oficial de resultados.

"As autoridades eleitorais devem restabelecer imediatamente a credibilidade e a transparência do processo, para que a vontade do povo boliviano seja respeitada", disse Michael Kozak, secretário de Estado assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA, no Twitter.

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