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Eleição na Líbia ganha corpo com Haftar e filho de Kadafi

Votação para pacificar o país está prevista para 24 de dezembro

16 nov 2021 - 13h06
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Após um longo período de divisões, a eleição presidencial na Líbia começa a ganhar corpo com o anúncio das candidaturas do marechal Khalifa Haftar, um dos protagonistas dos conflitos da última década no país, e do segundo filho do ex-ditador Muammar Kadafi, Saif al-Islam Kadafi.

    Haftar, 78 anos, confirmou sua entrada na disputa nesta terça-feira (16), em um movimento que já era aguardado desde setembro, quando ele se afastou de seus encargos militares.

    Ex-chefe do assim chamado "Exército Nacional Líbio", conjunto de milícias que até o ano passado controlava a maior parte do país, o marechal foi aliado de Kadafi até o fim da década de 1980 e era o homem forte por trás do Parlamento de Tobruk, que não reconhecia o governo de união nacional sediado na capital Trípoli.

    "Declaro minha candidatura não por estar atrás de poder, mas para conduzir nosso povo à prosperidade. Se eu for eleito presidente, tenho infinitas ideias para levar a Líbia adiante", declarou Haftar, afirmando que o país precisa entrar no caminho da "reconciliação e da paz".

    Em 2019, o marechal havia lançado uma ofensiva para derrubar o governo reconhecido pela ONU, conquistar Trípoli e reunificar a Líbia sob seu poder, mas acabou derrotado e teve de assinar um cessar-fogo em outubro de 2020.

    O país é governado desde março pelo primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, cuja principal missão é organizar eleições presidenciais e legislativas - a primeira está marcada para 24 de dezembro, enquanto a segunda está prevista para janeiro.

    Haftar se proclama adversário do Islã político e conta com apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, mas seus adversários o acusam de querer implantar um regime autocrático aos moldes daquele liderado pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.

    Filho de Kadafi - Já Saif al-Islam Kadafi, 49, anunciou sua candidatura no último domingo (14) e é o segundo dos oito filhos de Kadafi, derrubado e morto por rebeldes em 2011, no âmbito da Primavera Árabe.

    O nome do postulante à Presidência líbia significa "espada do Islã", e ele havia se colocado ao lado de seu pai durante a guerra civil de 2011, quando foi porta-voz do governo.

    Preso por milícias após a queda de Kadafi, Saif al-Islam foi processado em contumácia entre 2014 e 2015, culminando em uma condenação à morte por genocídio. No entanto, acabou libertado no âmbito de uma anistia aprovada pelo governo de Tobruk e, desde então, vivia em uma localidade secreta, provavelmente perto da fronteira com o Egito.

    Apesar disso, Saif al-Islam é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) por suspeita de crimes contra a humanidade.

    Outro provável candidato nas eleições de 24 de dezembro é o presidente do Parlamento, Aqilah Saleh, que deve formalizar sua entrada na disputa nos próximos dias. .

Ansa - Brasil   
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