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Egito promove "caça" a gays e vai submeter presos a exame anal, diz Anistia Internacional

30 set 2017 - 13h33
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Seis homens egípcios presos por "promover desvios sexuais" e "devassidão" nas mídias sociais serão submetidos a exame anal antes do julgamento em 1º de outubro, informou neste sábado a Anistia Internacional.

A prisão deles faz parte de uma ampla repressão contra a homossexualidade iniciada na semana passada, quando um grupo de pessoas foram vistas levantando uma bandeira de arco-íris em um show, em uma rara demonstração de apoio aos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros naquele conservador país muçulmano.

Ao menos 11 pessoas foram detidas, de acordo com a Anistia Internacional, e um homem foi sentenciado a seis anos de prisão após a mídia local lançar uma campanha altamente crítica contra aqueles que levantaram a bandeira de arco-íris na apresentação da banda libanesa de rock alternativo Mashrou' Leila, cujo vocalista é abertamente gay.

A Anistia Internacional ainda informou que a Autoridade de Medicina Forense submeteria os seis homens a exame anal para determinar se tiveram sexo homossexual.

Fontes da justiça disseram que qualquer réu acusado de "devassidão" ou "desvios sexuais", um eufemismo para homossexualidade no Egito, é submetido a exame médico baseado em decisão da Promotoria Pública.

"Alegações de torturar ou insultar aqueles examinados medicamente são mentiras que não merecem resposta. Os exames são realizados por médico que jurou respeitar sua profissão e sua ética", afirmou uma fonte jurídica.

Para Anistia Internacional, os exames violam a proibição de tortura e outros maus tratos segundo a lei internacional.

"O fato de o Ministério Público do Egito priorizar a caça de pessoas com base em sua aparente orientação sexual é absolutamente deplorável. Esses homens devem ser libertados imediatamente e incondicionalmente - não colocados em julgamento", disse Najia Bounaim, diretora de Campanhas para o Norte da África na Anistia Internacional.

Embora a homossexualidade não seja especificamente proibida, o Egito é uma sociedade conservadora, onde a discriminação é abundante. Homens gays são frequentemente presos e normalmente acusados de devassidão, imoralidade e blasfêmia.

A maior repressão contra homossexuais no país ocorreu em 2091, quando a polícia invadiu uma boate flutuante chamada Queen Boat, em um caso que terminou com 52 homens sendo julgados.

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