Egito: apuração inicial aponta vitória do candidato islamita
17 jun2012 - 19h47
(atualizado às 20h07)
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Os primeiros resultados das eleições presidenciais divulgados pela imprensa egípcia e árabe mostram uma vantagem do candidato islamita da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, sobre o último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, Ahmed Shafiq.
A apuração começou logo após o fechamento dos colégios eleitorais em todo Egito às 22h locais (17h de Brasília), e imediatamente meios como o jornal governista Al-Ahram e o canal de televisão Al Jazeera divulgaram os primeiros dados. Segundo o Al-Ahram, Mursi tinha obtido 56,57% dos apoios, contra 43,42% de seu rival, com mais de meio milhão de votos apurados.
Embora ainda se desconheçam os números da capital, a maioria de colégios que começou a divulgar informações mostra o avanço do islamita, sobretudo em províncias do Alto Egito como Minia e Sohag. Em entrevista coletiva em sua sede no Cairo, a própria campanha de Mursi informou que, com os votos de quase 10% dos colégios eleitorais já apurados, seu candidato obtinha 61% (842.577 cédulas), contra 39% (541.782) de Shafiq.
Eleições ofuscadas
No entanto, a declaração constitucional complementar emitida nesta mesma noite pela Junta Militar ofuscou a apuração, já que, segundo as primeiras informações, limitará em grande medida os poderes do novo presidente e reservará ao Exército o poder legislativo no país, à revelia de um Parlamento.
A televisão estatal assinalou que amanhã a cúpula militar oferecerá novos detalhes em entrevista coletiva, mas já antecipou que não ocorrerão novas eleições legislativas até que o país não tenha uma nova Constituição.
As eleições presidenciais deste domingo aconteceram sem a existência de uma Constituição que estipule os poderes do futuro líder, devido às diferenças surgidas no seio da Assembleia Constituinte.
No último dia 12 de junho foi formada uma segunda assembleia, depois que a primeira fosse invalidada por um tribunal ao ser boicotada pela quarta parte de seus membros, em sua maioria liberais, por considerarem que não representava todos os setores da sociedade.
Desta forma, a Junta Militar formalizou neste domingo em sua declaração constitucional transitória sua recuperação do poder legislativo, após a dissolução nesta semana da Câmara Baixa do Parlamento pelo Tribunal Constitucional devido a irregularidades em sua composição.
De acordo com a imprensa egípcia, o anexo constitucional dará ao presidente o poder de designar o chefe de governo, ministros, altos funcionários e diplomatas, entre outros. O novo líder também poderá convocar eleições legislativas e promulgar leis ou rejeitá-las, como já estipulava a Constituição de 1971, suspensa após a revolução de 2011.
Também está previsto, de acordo com uma fonte militar citada pelo Al-Ahram, que nesta declaração a Junta Militar se reserve o direito de controlar seu orçamento, um dos temas que levantou mais polêmica nos últimos meses.
Manifestantes queimam pôster do candidato presidencial Ahmed Shafiq
Foto: Reuters
Acorrentado, manifestante grita palavras de ordem durante protesto contra Ahmed Shafiq do lado de fora do tribunal
Foto: Reuters
Policial militar discute com manifestantes durante protesto do lado de for a da Suprema Corte do país
Foto: AFP
Egípcios participam de manifestação na Praça Tahrir, no Cairo, contra a decisão do Supremo Tribunal do país de considerar constitucional a candidatura à presidência de Ahmed Shafiq, ex-premiê do regime de Hosni Mubarak, e de dissolver o Parlamento eleito no ano passado. O Egito realiza o segundo turno das eleições presidenciais no próximo domingo
Foto: Reuters
Manifestantes protestam contra a decisão da Suprema Corte do país de considerar constitucional a candidatura de Ahmed Shafiq, ex-premiê do regime de Hosni Mubarak, do lado de fora do tribunal, no Cairo
Foto: AFP
Foto: Terra
Manifestantes protestam na Praça Tahrir nesta sexta-feira
Foto: Reuters
Manifestantes contrários à Junta Militar e ao candidato Ahmed Shafiq protestam na Praça Tahrir, no Cairo
Foto: AFP
Mulheres aguardam em fila separada para entrar na sessão eleitoral
Foto: AP
Às vésperas do pleito histórico, que elegerá o primeiro presidente da democracia do Egito, jovens vão às ruas no Cairo protestar contra o regime militar em curso no país
Foto: AP
Em protesto contra o regime militar em vigor no país, egípcios picham muros da cidade do Cairo
Foto: AP
Manifestantes queimam cartaz com imagem de Ahmed Shafiq, general reformado do exército e um dos candidatos à presidência do Egito
Foto: AP
Tanque do exército circula pelas ruas do Cairo, neste sábado. Os soldados estão nas ruas para garantir a seguração nas eleições presidenciais no Egito
Foto: AP
Foto: Terra
Vários cartazes de campanha do candidato presidencial Ahmed Shafiq são vistos rasgados em um prédio de apartamentos no Cairo
Foto: AP
O candidato à presidência do Egito Mohammed Morsi lança o seu voto em uma zona eleitoral de Zagazig, no nordeste do Cairo
Foto: AP
Soldados egípcios ajudam eleitores idosos que participaram do segunto turno das eleições presidencias
Foto: AP
Um eleitor egípcio marca o seu voto em favor do candidato presidencial Ahmed Shafiq
Foto: AP
Mulheres egípcias votam em uma zona eleitoral do Cairo, no primeiro dia do segundo turno presidencial
Foto: AP
Apoiadores do candidato Ahmed Shafiq (C) grita com um dos eleitores na entrada de um posto de votação no Cairo
Foto: AFP
Foto: Terra
Um egípcio escolhe seu candidato em um posto de votação no Cairo, no segundo e último dia de eleição no país
Foto: AFP
Uma mulher egípcia lança seu voto em uma assembleia eleitoral no Cairo
Foto: AFP
Egito escolhe entre o islamita Mohammed Mursi e o general reformado Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro do regime de Hosni Mubarak
Foto: AFP
Egípcios conferem seus nomes na lista de uma sessão eleitoral do Cairo
Foto: AFP
Um cartaz do candidato presidencial Ahmed Shafiq pendurado em um prédio no Cairo
Foto: AFP
Cartazes rasgados do candidato presidencial Ahmed Shafiq em um muro da capital egípcia
Foto: AFP
Um homem espera diante de um ponto de votação no Cairo, coberto com cartazes dos doiscandidatos à presidência do Egito
Foto: AP
Um dos candidatos é um islamico conservador. O outro, o ex-primeiro ministro do antigo ditador Hosni Mubarak
Foto: AP
Diante dos pontos de eleições, os egipcíos checam os eleitores inscritos
Foto: AP
Este domingo foi o segundo dia das votações, ofuscadas pela ocupação militar do país
Foto: AP
Uma mulher deposita seu voto em uma urna comum na cidade de Alexandria