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Divididas, Coreias não veem tratado à vista 70 anos após início de guerra

25 jun 2020 - 10h03
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Setenta anos depois de a Guerra da Coreia começar, as perspectivas de um tratado de paz para encerrar oficialmente o conflito parecem distantes como sempre, e as duas Coreias realizaram comemorações discretas em um momento de tensão acentuada na península.

Tropa da Marinha sul-coreana patrulha ilha de Yeonpyeong, próximo à fronteira com a Coreia do Norte
16/06/2020
Yonhap via REUTERS
Tropa da Marinha sul-coreana patrulha ilha de Yeonpyeong, próximo à fronteira com a Coreia do Norte 16/06/2020 Yonhap via REUTERS
Foto: Reuters

A guerra de 1950-1953 terminou com um armistício, não um tratado de paz, o que deixou as forças da Organização das Nações Unidas (ONU) lideradas pelos Estados Unidos tecnicamente ainda em guerra com a Coreia do Norte.

Em 1953, líderes sul-coreanos se opuseram à ideia de uma trégua e não assinaram o armistício, o que deixou a península dividida.

Em meio a um novo acirramento das tensões, veteranos da Coreia do Sul se reuniram para comemorar o aniversário, o que inclui um evento no qual o presidente dos EUA, Donald Trump, e outros líderes internacionais devem enviar mensagens de vídeo.

Muitos dos veteranos que se reuniram na cidade fronteiriça sul-coreana de Cheorwon disseram que torcem por relações mais pacíficas com a Coreia do Norte, mas que não estão otimistas, dizendo que as políticas de Pyongyang não mudaram.

"A guerra não terminou de verdade, e não acho que a paz virá enquanto ainda estou vivo", disse Kim Yeong-ho, de 89 anos. "Os pesadelos continuam me voltando todos os dias. (A Coreia do Norte) não mudou nada."

O jornal do partido governista norte-coreano publicou na primeira página um comentário pedindo que as pessoas sigam o exemplo daqueles que lutaram para defender a nação.

"Várias décadas se passaram, mas o perigo da guerra nunca deixou este solo", disse o jornal, culpando "forças hostis" por quererem massacrar a Coreia do Norte.

Dois anos atrás, uma série de acenos diplomáticos e cúpulas entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e os presidentes de EUA, Coreia do Sul e China despertaram a esperança de que, apesar de o arsenal nuclear de Pyongyang não ter diminuído, as partes poderiam concordar em encerrar a guerra oficialmente.

Mas esta esperança desapareceu quando a Coreia do Norte acusou EUA e Coreia do Sul de se aterem a políticas hostis e devido à pressão de Washington para que Pyongyang abdique de seu arsenal crescente de armas nucleares e mísseis de longo alcance.

Na quarta-feira, a Coreia do Norte disse que decidiu suspender os planos para uma ação militar não especificada contra sua vizinha do sul, mas a alertou a "pensar e se comportar sabiamente".

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