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Divergências sobre Coreia do Norte foram decisivas para Trump demitir Tillerson, dizem fontes

15 mar 2018 - 09h10
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Divergências sobre a maneira de lidar com a questão nuclear da Coreia do Norte foram um fator decisivo para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir substituir o secretário de Estado Rex Tillerson, de acordo com fontes com conhecimento da decisão.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Secretário de Estado, Rex Tillerson, durante evento em Nova York 20/09/2017 REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Secretário de Estado, Rex Tillerson, durante evento em Nova York 20/09/2017 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

Tillerson foi um defensor precoce de conversas com a Coreia do Norte, contrariando Trump, que queria continuar fazendo o máximo de pressão sobre Pyongyang até responder a um convite para se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, disseram as fontes.

Isso criou o temor de que Tillerson estivesse disposto demais a fazer concessões ao regime, segundo as fontes.

"Ele (Trump) precisa ter alguém ali em quem confie totalmente", disse uma autoridade de alto escalão.

Nas últimas semanas Trump se dedicou à elaboração de um plano de sucessão, escolhendo o diretor da CIA, Mike Pompeo, para assumir o Departamento de Estado e a vice-diretora da CIA, Gina Haspel, para substituir Pompeo no comando da agência de espionagem dos EUA, disseram as fontes.

Um objetivo crucial era montar a equipe antes de seguir adiante com a Coreia do Norte.

Trump e Kim se comprometeram a se encontrar em um momento e local ainda a serem determinados antes do final de maio para debater os programas nuclear e de mísseis balísticos norte-coreanos.

Tillerson foi ignorado ao não ser comunicado do convite de Kim, e fazia sua primeira viagem à África quando Trump se reuniu na Casa Branca com uma delegação em visita da Coreia do Sul, na quinta-feira passada, e concordou em se reunir com Kim.

No dia seguinte Trump pediu ao chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, que dissesse a Tillerson que ele precisava se demitir, afirmaram autoridades da Casa Branca.

Uma fonte disse que Kelly vinha tentando proteger Tillerson tanto quanto podia, mas que Trump se cansou de sua tendência de contradizê-lo em uma variedade de questões e vinha dizendo a amigos que estava prestes a dispensá-lo.

Tillerson, que estava em Nairóbi na ocasião e ainda visitaria o Chade e a Nigéria, pediu para voltar aos EUA antes do anúncio de sua demissão. Na terça-feira, horas depois de sua chegada a Washington, Trump anunciou no Twitter que o secretário estava sendo demitido e substituído por Pompeo.

Funcionários do Departamento de Estado disseram que Tillerson não sabia por que estava sendo demitido. Um deles, Steve Goldstein, foi demitido ainda na terça-feira por contradizer a versão da Casa Branca.

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