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Distúrbios no Mundo Árabe

Ativistas: vídeo mostra gás cloro espalhado por ruas sírias

O presidente Bashar al-Assad voltou a ser acusado de usar armas químicas contra os civis

23 mai 2014 - 14h22
(atualizado às 14h23)
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<p>Mulher afetada pelo que ativistas disseram ter sido um ataque com gás cloro recebe tratamento em um hospital de campanha de Hama, na Síria, em 22 de maio</p>
Mulher afetada pelo que ativistas disseram ter sido um ataque com gás cloro recebe tratamento em um hospital de campanha de Hama, na Síria, em 22 de maio
Foto: Badi Khlif / Reuters

Ativistas de oposição publicaram um vídeo do que afirmam ser gás cloro espalhado por ruas de uma localidade síria e acusam o presidente sírio, Bashar al-Assad, de conduzir uma campanha com armas químicas.

Ativistas e fontes médicas disseram que o vilarejo de Kfar Zeita, na província de Hama, na região central da Síria e a 200 quilômetros de Damasco, foi alvo há dois meses de dois ataques com gás cloro lançado de helicópteros.

O governo nega que suas forças tenham usado gás cloro ou gases venenosos ainda mais letais, e culpa os rebeldes, que têm conduzido uma insurgência contra Assad pelos últimos três anos, por todos os ataques químicos.

A Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq) abriu uma investigação sobre as denúncias de ataques com gás cloro. Mais de uma dezena desses atacantes têm sido relatados a partir de 11 de abril em diversas áreas.

"Inspetores para a missão de coleta de evidências chegou à Síria na semana passada e estão tentando chegar a alguns dos locais", disse a Opaq à Reuters.

Um texto que acompanha o vídeo da oposição, publicado por um usuário chamado Mustapha Jamaa, afirma que as imagens foram feitas na quinta-feira em Kfar Zeita pelo grupo oposicionista Comissão de Revolução Geral.

O vídeo mostra um gás amarelo-esverdeado em uma rua. Um homem foge da nuvem de gás com uma mulher que segura um pano na boca. Outro homem vestido com calça camuflada e usando uma máscara de gás pede por um carro para resgatar a mulher. Uma voz fora de quadro diz: "Bombas de gás cloro. Fumaça amarela."

A Reuters não pôde verificar independentemente a autenticidade das imagens. O vídeo não mostra o local de impacto do ataque nem indica onde foi gravado.

<p>No vídeo, uma mulher e dois homens fogem de uma fumaça esverdeada </p>
No vídeo, uma mulher e dois homens fogem de uma fumaça esverdeada
Foto: Youtube

Um fotógrafo disse à Reuters que chegou ao cenário do ataque uma hora depois e um helicópteros ter lançada a bomba.

"O cheiro de cloro era bem óbvio. Cheira a vinagre ou água sanitária. Eu comecei a tossir e hiperventilar. Meus olhos queimavam", disse.

Uma de suas fotos mostravam uma das mulheres que fugia do gás no vídeo. Ela estava sendo tratada com oxigênio em um hospital de campanha.

"Havia 70 pessoas feridas", disse ele. "Aqueles que se encontravam no local do impacto desmaiaram."

Ativistas disseram que Kfar Zeita foi atacada duas vezes na quinta, assim como a vila de Al Tamana, no noroeste da província de Idlib.

O suposto ataque ocorreu no mesmo dia em que Rússia e China vetaram uma resolução que submetia a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional, tendo como objetivo a possível abertura de um processo sobre crimes de guerra e contra a humanidade.

Em um acordo com os Estados Unidos e a Rússia, Assad se comprometeu a entregar suas armas químicas, após centenas de pessoas morrerem em um ataque com gás sarin nos arredores de Damasco, em agosto.

O gás cloro é menos letal do que sarin, mas seu uso é igualmente ilegal sob a convenção global sobre químicos, da qual a Síria é signatária.

A Síria não declarou ter gás cloro como parte de seus estoques, complicando ainda mais a operação para confiscar as armas químicas de Assad.

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