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Di Maio tenta esfriar crise, mas Salvini critica ministros

Turbulência ameaça o futuro do governo italiano

19 jul 2019 - 13h09
(atualizado às 13h27)
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O ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, tentou colocar panos quentes na crise política que ameaça a estabilidade do governo.

Luigi Di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini são retratados em mural em Roma
Luigi Di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini são retratados em mural em Roma
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Após um dia de troca de críticas com o ministro do Interior e também vice-premier Matteo Salvini, o líder do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) disse nesta sexta-feira (19) que "exclui" a possibilidade de encerrar a aliança com a legenda ultranacionalista Liga.

"Excluo que possa haver uma crise. A única coisa que digo é que é melhor se ver, se falar. Devemos nos encontrar, esclarecer e seguir em frente", declarou Di Maio. Salvini, por sua vez, elogiou o ministro do Desenvolvimento Econômico, mas criticou outros dois expoentes do M5S.

"Há por parte de alguns ministros do M5S um evidente bloqueio a algumas propostas, iniciativas, obras, que faz mal à Itália. Nada de pessoal, Luigi Di Maio é uma pessoa de bem e correta, mas são inaceitáveis os 'nãos' diários por parte do M5S", disse o ministro do Interior.

Ele citou nominalmente os ministros dos Transportes, Danilo Toninelli, que travou uma obra de infraestrutura viária em Gênova e é contra a linha ferroviária de alta velocidade entre Turim e Lyon, e a ministra da Defesa Elisabetta Trenta, que já criticou a ausência de uma operação militar italiana para salvar vidas no Mediterrâneo.

"Ontem Toninelli bloqueando a Gronda de Gênova [espécie de anel viário], que tiraria milhares de carros e caminhões das ruas da cidade; hoje Trenta, que propõe colocar no mar outros navios da Marinha, arriscando atrair negócios para os traficantes", reforçou Salvini.

UE e Rússia

Outro embate entre Liga e M5S se dá por conta da eleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia: enquanto o partido ultranacionalista, que havia indicado seu apoio à alemã, acabou recuando, o movimento antissistema votou na candidata, que defende a introdução do salário mínimo em todos os países do bloco, fazendo eco a uma proposta de Di Maio.

Salvini acusa o M5S de se unir ao establishment europeu para ganhar cargos em Bruxelas, enquanto a sigla antissistema diz que a Liga fomenta uma crise para forçar a queda do governo e levar o país às urnas - as últimas pesquisas mostram que, em caso de eleições, Salvini poderia dispensar o M5S para governar a Itália.

A oposição também tem cobrado de Di Maio uma postura mais dura em relação ao inquérito que investiga um suposto repasse de dinheiro russo para a Liga e tenta forçar o M5S a votar uma moção de desconfiança contra Salvini.

"Se eu tivesse suspeitas sobre Salvini, não estaria no governo", declarou Di Maio, que quer criar uma comissão parlamentar de inquérito sobre o financiamento de todos os partidos, e não apenas da Liga.

Ansa - Brasil   
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