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"Democracia sai fortalecida", diz ministro brasileiro

General Fernando Azevedo e Silva acredita que Forças Armadas tiveram papel importante na 'defesa da lisura das eleições'; ele destacou ainda a importância da Organização dos Estados Americanos

11 nov 2019 - 08h48
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Foto: Andrea Martinez / Reuters

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse ao Estado que "a democracia saiu fortalecida" com a renúncia de Evo Morales, anunciada neste domingo, 10. O general exaltou a importância do papel das Forças Armadas daquele país no "apoio à democracia" e na "defesa da lisura das eleições" na Bolívia.

O governo brasileiro destacou os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa para acompanhar "atentamente" a evolução do processo na Bolívia. A tendência, observou o ministro da Defesa, é que "a situação se acalme" com a renúncia do presidente boliviano.

O general defendeu a necessidade de todas as eleições serem auditadas e fiscalizadas e enalteceu o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA), que fiscalizou o processo eleitoral na Bolívia, e, "com certeza", ajudou no desenrolar da situação. Morales vinha sendo pressionado a renunciar, mas foi somente depois de a OEA confirmar fraude no processo eleitoral que ele deixou o cargo.

Interlocutores diretos do presidente Jair Bolsonaro classificaram a renúncia de Morales como "um alívio". O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou a prisão na última sexta-feira, 8, na visão dos militares, passou a incitar os militantes petistas a aproveitarem a onda de protestos na Bolívia, Chile e Venezuela para mobilizarem atos também no Brasil.

"Já vai tarde" disse um dos integrantes do Alto Comando das Forças Armadas, consultado pelo Estado. Para este oficial-general, que preferiu não se identificar, o ideal é que o episódio sirva de "incentivo" a Nicolás Maduro, para que ele também renuncie ao poder na Venezuela.

Na reunião do presidente Jair Bolsonaro no sábado, com ministros militares e comandantes de forças armadas, já havia uma preocupação grande com a subida da temperatura da Bolívia, que teve agravadas manifestações e confrontos.

No caso da Bolívia, neste momento, a avaliação é a de muita cautela sobre os posicionamentos, porque ainda não se sabe exatamente o que acontecera lá. No entanto, não há como negar que a comemoração era grande pelo fato de ajudar a enfrentar o discurso da esquerda e o arco que os esquerdistas estavam tentando ampliar na América Latina, ao redor do Brasil.

A avaliação é de que o episódio serve também de contraponto à eleição de Alberto Fernando e Cristina Kirchner na Argentina.

Estadão
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