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Defesa de condenação de repórteres da Reuters por Suu Kyi é "inacreditável", diz embaixadora dos EUA na ONU

13 set 2018 - 15h37
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A líder do governo de Mianmar, San Suu Kyi, disse nesta quinta-feira que o julgamento de dois repórteres da Reuters presos no país não teve qualquer relação com a liberdade de expressão e que eles podem recorrer da condenação a 7 anos de prisão, o que levou a uma repreensão imediata dos Estados Unidos.

Suu Kyi durante evento em Hanói
 13/9/2018   REUTERS/Kham/Divulgação
Suu Kyi durante evento em Hanói 13/9/2018 REUTERS/Kham/Divulgação
Foto: Reuters

Suu Kyi, em suas primeiras declarações públicas desde que os jornalistas Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28 anos, foram condenados na semana passada, fez referência à lei da era colonial sob a qual os dois foram condenados.

"Eles não foram presos porque são jornalistas, eles foram presos porque... o tribunal decidiu que eles violaram a Lei de Segredos Oficiais", disse Suu Kyi durante o Fórum Econômico Mundial da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Hanói, no Vietnã.

A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, Nikki Haley, descreveu o comentário de Suu Kyi como "inacreditável", no que aparentemente foi a mais firme repreensão pública de uma autoridade dos EUA à líder de Mianmar.

"Primeiro, em negação aos abusos que os militares birmaneses fizeram sobre os rohingyas, agora justificando a prisão dos dois repórteres da Reuters que informaram sobre a limpeza étnica. Inacreditável", escreveu Haley no Twitter nesta quinta-feira.

Suu Kyi fez o comentário em resposta a uma pergunta do mediador que questionou se ela se sentia confortável com a prisão dos repórteres.

Os jornalistas foram considerados culpados em 3 de setembro de violar uma lei sobre segredos oficiais, em um caso marcante visto como um teste para o progresso democrático em Mianmar.

Sua prisão desencadeou grande indignação internacional, incluindo um pedido do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, por sua libertação.

"Me pergunto se muitas pessoas realmente leram o resumo do julgamento, que não teve nenhuma relação com liberdade de expressão, teve relação com a Lei de Segredos Oficiais", disse Suu Kyi.

"Se acreditamos no Estado de Direito, eles têm todo o direito de recorrer do julgamento e de apontar porque o julgamento foi errado", acrescentou.

Os Estados Unidos foram importantes apoiadores de Suu Kyi quando ela emergiu na década de 1980 como ícone pró-democracia que sofreu com anos de prisão domiciliar por enfrentar o regime militar em Mianmar e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua luta.

Mas as críticas ocidentais aumentaram com a incapacidade de Suu Kyi de se manifestar contra o tratamento militar aos rohingyas e por sua atitude em relação ao tratamento dado aos jornalistas da Reuters.

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