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Decepcionados com EUA, líderes curdos da Síria se voltam a Rússia e Assad

27 dez 2018 - 18h00
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Alarmados com a decisão norte-americana de sair de território sírio, líderes curdos que controlam a maior parte do norte do país estão exortando a Rússia e sua aliada Síria a enviar forças para blindar a fronteira da ameaça de uma ofensiva turca.

Escola em Raqqa, Síria 511/2018 REUTERS/Aboud Hamam
Escola em Raqqa, Síria 511/2018 REUTERS/Aboud Hamam
Foto: Reuters

Seu pedido de uma volta de forças do governo sírio à divisa, que combatentes curdos vêm ocupando há anos, indica a profundidade da crise na esteira da decisão abrupta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar suas tropas.

    Embora pouco tenha mudado no cenário por ora -forças dos EUA ainda atuam e Trump disse que a retirada será lenta-, autoridades curdas estão correndo para encontrar uma estratégia para proteger sua região da Turquia antes de os EUA partirem.

    As conversas com a Síria e Rússia parecem ser o foco da liderança curda. Seu maior temor é uma repetição de um ataque turco que expulsou moradores curdos e a milícia YPG da cidade de Afrin, no noroeste, no início deste ano.

    Eles também estão tentando convencer outros países ocidentais a preencherem o vácuo quando Washington chamar de volta os cerca de 2 mil soldados cuja presença no norte e no leste da Síria vem contendo a Turquia até agora.

    O território em disputa cobre cerca de um quarto da Síria, a maior parte ao leste do Rio Eufrates, controlado pelas Forças Democráticas Sírias (SDF), um grupo abrangente dominado pelos curdos do YPG. A área faz fronteira com o Iraque ao leste e inclui três cidades grandes: Qamishli, Hasaka e Raqqa.

    As SDF têm sido a principal parceira síria de Washington na luta contra o Estado Islâmico, mas o governo turco vê os combatentes da YPG que formam sua espinha dorsal como uma ameaça e prometeu dizimá-los.

    Autoridades do norte sírio que foram a Moscou na semana passada farão outra viagem em breve na esperança de que a Rússia pressione Damasco a "cumprir seu dever soberano", disse o destacado político curdo Aldar Xelil à Reuters.

    "Nossos contatos com a Rússia, e o regime, são para buscar mecanismos claros para proteger a fronteira norte", disse Xelil, um arquiteto de planos de autonomia para o norte sírio. "Queremos que a Rússia desempenhe um papel importante para obter estabilidade".

    O presidente sírio, Bashar al-Assad, já no comando da maior parte do país com a ajuda dos aliados iranianos e russos, prometeu recuperar o território das SDF. A região, rica em petróleo, água e terras de cultivo, é vista como importante para a reconstrução da Síria.

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