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Cristina Kirchner volta como vice da Argentina e cobra medidas econômicas de Macri

28 out 2019 - 10h38
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A ex-presidente argentina Cristina Kirchner, política adorada pelos pobres e temida pelo empresariado e pelos investidores, está de volta -- mas desta vez como vice-presidente.

Ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner
27/10/2019
REUTERS/Agustin Marcarian
Ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner 27/10/2019 REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

Líder do país sul-americano durante oito anos encerrados em 2015, Cristina volta ao palácio presidencial da Casa Rosada depois de conquistar uma vitória decisiva com o cabeça de chapa Alberto Fernández na eleição de domingo.

Seu retorno é uma grande reviravolta na política da Argentina, fazendo a terceira maior economia da América Latina guinar abruptamente para a esquerda depois de quatro anos sob comando do líder neoliberal Mauricio Macri.

Parecendo natural como sempre no palco após a vitória, Cristina fez um apelo para que Macri empreenda todos os esforços para estabilizar a economia antes de deixar o cargo.

"Por favor... adote todas as medidas que deveria tomar para aliviar a situação dramática pela qual passam as finanças do país. É sua responsabilidade", disse Macri antes de passar o microfone a Fernández.

Mais tarde ela posou para fotos, atendendo a apoiadores que se esforçavam para se aproximar dela.

De longe o maior nome do movimento peronista, Cristina surpreendeu a todos em maio ao anunciar que concorreria como vice de seu ex-chefe da gabinete na chapa presidencial, apesar dos receios de que sua imagem polarizadora afastasse os eleitores de centro.

Celebridade política há mais de duas décadas, ela começou a brilhar como primeira-dama carismática entre 2003 e 2007, durante a presidência de seu marido, Néstor Kirchner, que morreu em 2010 e que ela sucedeu.

Seu segundo mandato terminou em 2015 em meio a acusações de críticos segundo os quais ela era uma populista autoritária que levou a economia da Argentina à falência por culpa dos gastos sociais e da corrupção. Ela ainda enfrenta uma série de processos relativos a acusações de corrupção, que nega.

A tática surpreendente de assumir o papel de vice funcionou. Sua fama acrescentou glamour à chapa peronista discreta e ajudou a capitalizar a revolta popular com o governo Macri -- a inflação alta e a economia anêmica empurraram muitos argentinos para a pobreza.

Agora eleitores e investidores se preparam para sua volta. Muitos acreditam que ela terá uma influência significativa nos bastidores.

Os investidores não esqueceram os problemas econômicos do país no governo de Cristina, durante o qual uma crise com detentores de títulos levou a Argentina a um calote técnico em 2014.

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