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Crise eleitoral de Honduras se agrava e dois candidatos reivindicam vitória

30 nov 2017 - 09h08
(atualizado às 09h38)
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Quatro dias depois de realizar uma eleição presidencial, Honduras mergulhou ainda mais fundo na crise nesta quinta-feira, já que não há um vencedor claro à vista e a contagem dos votos está sendo questionada pelo candidato de centro e apresentador de televisão aliado à esquerda e rival do atual presidente, que é simpático aos Estados Unidos.

Partidários do candidato à Presidência de Honduras Salvador Nasralla durante manifestação do lado de fora do Supremo Tribunal Eleitoral, em Tegucigalpa 30/11/2017 REUTERS/Edgard Garrido
Partidários do candidato à Presidência de Honduras Salvador Nasralla durante manifestação do lado de fora do Supremo Tribunal Eleitoral, em Tegucigalpa 30/11/2017 REUTERS/Edgard Garrido
Foto: Reuters

Tanto o presidente Juan Orlando Hernández quanto seu adversário, Salvador Nasralla, reivindicaram a vitória após a eleição de domingo, que de início favoreceu o candidato opositor, mas passou a tender para o atual ocupante do cargo após uma interrupção na apuração.

Isso fez aumentar a preocupação internacional com a crise política crescente na nação da América Central, que luta contra a pobreza, cartéis de droga e um dos maiores índices de homicídio do mundo.

Na quarta-feira o Departamento de Estado dos EUA pediu uma conclusão rápida da contagem em Honduras, um dos aliados militares e ideológicos mais próximos de Washington na região.

Também na quarta-feira a Organização dos Estados Americanos (OEA) pareceu ter salvado a credibilidade da votação induzindo os dois candidatos a apresentarem declarações por escrito prometendo respeitar o resultado final depois que os votos contestados tiverem sido verificados.

Algumas horas depois, porém, Nasralla, que inicialmente tinha uma vantagem de cinco pontos, rejeitou o acordo da OEA que assinou, dizendo que seus oponentes estão tentando roubá-lo, e fez um apelo a seus apoiadores para tomarem as ruas da capital Tegucigalpa.

Mais tarde na quarta-feira, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar apoiadores de Nasralla reunidos diante do tribunal eleitoral, onde a contagem estava sendo realizada. A fumaça entrou no edifício, o que levou à retirada de seus funcionários, como mostraram imagens de TV.

Na segunda-feira o tribunal publicou mais da metade dos resultados, mas foi criticado por um atraso subsequente de 36 horas na divulgação de novos números.

Quando a apuração foi retomada, Hernández começou a se aproximar de Nasralla. Com 82,89 por cento das urnas apuradas, o líder de centro-direita havia conquistado 42,2 por cento dos votos, e Nasralla aparecia com 42,1 por cento, segundo o tribunal.

A contagem foi interrompida novamente na tarde de quarta-feira, e o tribunal atribuiu o atraso a problemas com computadores.

Observadores internacionais disseram que os atrasos prejudicam a credibilidade das autoridades e criam o risco de minar a legitimidade do vencedor.

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