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Corte chinesa condena canadense à morte; premiê do Canadá reage

14 jan 2019 - 11h44
(atualizado às 16h54)
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Um tribunal chinês condenou à morte um canadense por tráfico de drogas, levando o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a acusar a China de arbitrariedade na aplicação da pena de morte.

Prédio da corte intermediária de Dalian
14/01/2019
REUTERS/Stringer
Prédio da corte intermediária de Dalian 14/01/2019 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

A decisão judicial e a reação de Trudeau devem agravar as relações entre Pequim e Ottawa, já tensas depois da prisão de uma executiva chinesa no Canadá e da subsequente detenção de dois canadenses pela China.

A corte intermediária de Dalian, na província de Liaoning, no nordeste da China, realizou um novo julgamento sobre o caso de Robert Lloyd Schellenberg, que havia recorrido contra sua primeira condenação a 15 anos de prisão, e decidiu pela execução, informou o tribunal em um comunicado.

Schellenberg foi informado durante o julgamento de que teria direito a apelar para a Corte Superior de Liaoning, no prazo de 10 dias após o recebimento da sentença, disse a corte intermediária em um segundo comunicado.

"É de grande preocupação para nós como governo, assim como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados internacionais, que a China tenha optado por aplicar arbitrariamente (a) pena de morte... como neste caso", disse Trudeau a jornalistas em Ottawa.

As relações entre os dois países esfriaram no início de dezembro, quando Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da gigante de telecomunicações chinesa Huawei, foi presa em Vancouver em decorrência de um mandado de extradição emitido pelos EUA.

A China protestou contra a prisão e alertou sobre consequências se a executiva não fosse libertada, prendendo em seguida Michael Kovrig, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores canadense em licença não remunerada, e Michael Spavor, um consultor canadense. Ambos foram acusados de ameaçar a segurança nacional.

Pequim não fez ligação direta entre e as detenções de Spavor e Kovrig e a prisão de Meng, que era procurada pelas autoridades dos EUA por supostamente ludibriar bancos multinacionais sobre transações ligadas ao Irã. Diplomatas ocidentais na capital chinesa, porém, dizem que os casos estão diretamente relacionados.

Trudeau disse que o governo canadense "vai continuar a agir fortemente" junto a Pequim para mudar a situação de Kovrig e lidar com o que chamou de uso arbitrário do sistema judiciário pela China.

O tráfico de drogas é comumente punido com severidade na China. No passado, Pequim executou estrangeiros condenados por crimes ligados às drogas --um britânico flagrado traficando heroína foi executado em 2009, por exemplo, provocando protestos no Reino Unido pelo que teria sido uma negligência em avaliar a saúde mental do prisioneiro.

A corte chinesa disse que Schellenberg conspirou com outros na tentativa de traficar 222 kg de metanfetamina da China para a Austrália no fim de 2014. Ele foi preso em 1º de dezembro daquele ano.

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