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Coronel austríaco espionou para Rússia durante décadas, diz Viena

9 nov 2018 - 15h11
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Um militar austríaco de alta patente é suspeito de ter espionado para Moscou durante décadas, anunciou o governo da Áustria nesta sexta-feira, uma revelação que ampliou uma lista de casos recentes de espionagem russa e azedou as relações de Moscou com um país considerado como o aliado mais próximo da Rússia na União Europeia.

Chanceler austríaco, Sebastian Kurz 18/10/2018 REUTERS/Francois Lenoir
Chanceler austríaco, Sebastian Kurz 18/10/2018 REUTERS/Francois Lenoir
Foto: Reuters

A Áustria foi um dos poucos países da UE que não expulsou nenhum diplomata russo em represália pelo envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia no Reino Unido, um ataque que Londres atribuiu a Moscou. A Rússia nega qualquer envolvimento.

O chanceler conservador Sebastian Kurz, que governa em uma coalizão com o Partido da Liberdade de extrema-direita e pró-Moscou, disse que a decisão se alinha à neutralidade de sua nação e à sua tradição de manter boas relações com países dos dois lados da antiga Cortina de Ferro.

Viena é um centro diplomático importante que abriga muitas autoridades estrangeiras.

Mas Kurz endureceu o discurso nesta sexta-feira, anunciando que se acredita que um coronel recém-aposentado espionou para os russos dos anos 1990 até este ano.

"Se a suspeita for confirmada, tais casos... não melhoram as relações entre a Rússia e a União Europeia", disse ele a repórteres, sem mencionar o suspeito. O caso foi encaminhado a procuradores, e o ex-coronel foi interrogado.

A ministra das Relações Exteriores austríaca, Karin Kneissl, que dançou com o presidente russo, Vladimir Putin, quando se casou em agosto, cancelou uma viagem planejada a Moscou em reação ao caso. Ela também convocou o encarregado de negócios russo, já que o embaixador está fora do país.

"Por ora estamos exigindo informações transparentes do lado russo", disse Kurz.

Na capital russa, o chanceler Sergei Lavrov disse que ficou "desagradavelmente surpreso" com as alegações de Viena e que Moscou não sabe nada sobre o militar aposentado, relataram as agências de notícias RIA e Interfax.

A Rússia, por sua vez, convocou o embaixador austríaco, segundo as agências.

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