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Coronavírus afeta produção de mel da China, maior produtora mundial

26 fev 2020 - 11h16
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Os apicultores da China, a maior produtora mundial de mel, estão se preparando para um início de temporada de polinização difícil, já que as restrições de viagens adotadas para conter um surto de coronavírus os prenderão em casa e deixarão suas abelhas sem alimento durante semanas.

Apicultor chinês em Hefei
05/04/2010
REUTERS/Stringer
Apicultor chinês em Hefei 05/04/2010 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Jue, um apicultor de Xinjiang, no noroeste chinês, disse que não dorme há dias por estar preocupado com suas cerca de 300 colméias, guardadas em caixas de madeira a aproximadamente 320 quilômetros de onde ele foi confinado.

"Estou muito nervoso. Se todas as minhas abelhas morrerem, perderei a renda do ano inteiro", disse o apicultor nômade de 55 anos.

O sofrimento é compartilhado por muitos. As abelhas que perderem a fase de florescimento das plantas por causa das limitações provocadas pelo vírus, somadas às abelhas em número cada vez menor, podem ameaçar o sustento dos 300 mil apicultores do país, além da produção de mel e das colheitas que dependem destes insetos para a polinização.

Admitindo perdas decorrentes das medidas contra o vírus, a Associação de Ciência Apicultural da China exortou os apicultores a contatarem autoridades locais se precisarem se deslocar ou combinar viagens para alimentar as colméias.

"Vocês não devem tirar a própria vida, aconteça o que acontecer", disse a entidade depois que Liu Decheng, um apicultor da província de Yunnan, no sudoeste, se enforcou recentemente.

A China produz cerca de 500 mil toneladas de mel anualmente, ou cerca de um quarto da produção global, o que a torna a maior produtora mundial.

A nação exporta mais de 100 mil toneladas para locais como Europa e Estados Unidos.

Mas a perspectiva para a produção é desoladora neste ano.

Normalmente, Jue estaria cuidando de suas colônias de abelhas agora para prepará-las para polinizar damascos em Turpan em março, antes de elas iniciarem uma jornada em busca de flores que começa nos pomares de peras de Korla, a segunda maior cidade de Xinjiang, na primavera e segue a Ruoqiang para coletar néctar das famosas datas vermelhas de maio.

Mas ele disse que desta vez está três semanas "devastadoras" atrasado.

Pequim pediu a governos locais que minimizem os transtornos no transporte de ração animal e de rebanhos, e mencionou especificamente as abelhas - mas a implantação está sendo lenta devido à severidade do surto.

O vírus semelhante à gripe pode ser transmitido de pessoa a pessoa, já infectou cerca de 80 mil pessoas e matou mais de 2.700, a grande maioria na China.

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF

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