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Coreia do Sul endossa remdesivir para Covid-19 e sugere cautela com dexametasona

26 jun 2020 - 09h45
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A Coreia do Sul acrescentou o tratamento antiviral remdesivir da Gilead Sciences às suas diretrizes de tratamento do coronavírus em sua primeira revisão de recomendações desde o início do surto, e pediu cautela no uso da terapia de esteróides dexametasona.

Mulher usa máscara em distrito comercial de Seul
28/05/2020 REUTERS/Kim Hong-Ji
Mulher usa máscara em distrito comercial de Seul 28/05/2020 REUTERS/Kim Hong-Ji
Foto: Reuters

O país, muito elogiado em todo o mundo pela maneira como combateu a pandemia sem um isolamento total, havia relatado 12.602 casos de coronavírus e 282 mortes até a noite de quinta-feira.

O remdesivir é indicado para impedir que certos vírus, inclusive o novo coronavírus, façam cópias de si mesmos, o que pode sobrecarregar o sistema imunológico. O remédio não funcionou em testes como tratamento para Ebola.

As diretrizes atualizadas da Coreia do Sul chegam na esteira de um estudo que mostrou que a dexametasona, que é barata e amplamente disponível, reduziu as mortes de pacientes de Covid-19 gravemente doentes, mas aconselharam os médicos a serem cautelosos até um estudo completo ser publicado.

"Parece apropriado administrar (dexametasona), limitando-a a casos graves com síndrome respiratória aguda, enquanto o médico monitora o estado do paciente", disse Kim Young-ok, diretor-geral do escritório de segurança farmacêutica do Ministério de Segurança de Alimentos e Remédios, em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira.

Existe um suprimento doméstico suficiente de dexametasona, muito usada desde os anos 1960, já que anualmente se produzem cerca de 43 milhões de comprimidos e 60 milhões de ampolas de injeção, disse Kim.

Em breve, médicos europeus poderão tratar pacientes com o remédio, já que a aprovação da agência reguladora de saúde o colocou a caminho de se tornar a primeira terapia para a doença no continente.

"O uso excessivo de dexametasona pode desencadear vários efeitos colaterais, já que reprime o sistema imunológico, além de causar inflamação, o que pode causar até cataratas ou glaucoma", alertou o doutor Song Dae-sub, professor de farmácia da Universidade da Coreia.

Autoridades de saúde coreanas também aconselharam o abandono da hidroxicloroquina depois que um estudo revelou que o medicamento antimalária de décadas de existência, que o presidente norte-americano, Donald Trump, louvou como possível tratamento, não oferece nenhum benefício.

Atualmente, não existe nenhuma vacina ou tratamento aprovado para o coronavírus, que já matou mais de 488.467 pessoas em todo o mundo, mas cerca de uma dúzia de vacinas de mais de 100 candidatos estão sendo testadas em humanos.

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